A nova ministra das Finanças moçambicana, Carla Alexandra Loveira, admitiu a necessidade de "reestruturação" da dívida pública. Segundo Loveira, o país perdeu quase 640 milhões de euros devido às manifestações que decorrem em Moçambique desde as eleições de outubro de 2024.
Em declarações após a tomada de posse do novo Governo, esta manhã, em Maputo, a ministra avisou que a gestão da dívida pública é "um dos principais" desafios do atual governo.
"O trabalho que temos de fazer é uma reflexão, um trabalho profundo de reestruturação da nossa dívida, para que dentro daquele espaço orçamental possamos assegurar o pagamento da dívida, mas também responder às necessidades correntes do Orçamento", afirmou.
Carla Alexandra Loveira explicou que "os indicadores do fecho do ano passado, que nos foram apresentados, mostram que só no mês de dezembro houve uma perda de cerca de 14 mil milhões de meticais [cerca de 213 milhões de euros] de receita, decorrente das manifestações. O ano todo está a contar com uma perda de receita de cerca de 42 mil milhões de meticais [cerca de 639 milhões de euros]. Portanto, esta perda de espaço acabou comprometendo o exercício do ano passado".
Os sindicatos de vários setores da função pública moçambicana anunciaram para segunda-feria, 20, o início de um greve em protesto contra o pagamento do 13º salário. O Governo indicou que devido às perdas resultantes dos protestos, o executivo avançou não ter receitas para pagar já o 13º.
O novo Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou o novo Governo sexta-feira.
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