Moçambique: Analistas políticos não dão crédito às recomendações do Conselho de Estado

Filipe Nyusi (esquerda) e Venâncio Mondlane (direita)

Eles consideram que a proposta de despartidarizar os órgãos eleitorais visa apenas travar as manifestações contra as eleições

Menos de uma semana depois de Conselho de Estado ter recomendado ao Presidente moçambicano uma revisão da lei eleitoral com vista à despartidarização da lei e dos órgãos eleitorais, analistas políticos ouvidos pela Voz da América não se mostram convencidos de que tal irá acontecer.

Eles entendem que a decisão do órgão consultivo de Filipe Nyusi visa apenas travar as manifestações contra os resultados das eleições de 9 de outubro e sublinham que depois disso tudo vai continuar na mesma.

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Moçambique: Analistas políticos não dão crédito às recomendações do Conselho de Estado

O Conselho de Estado reuniu-se num momento de muita convulsão, com as manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados eleitorais, a ocorrerem em vários pontos do país.

O analista político André Bila, diz que o comunicado daquele órgão "é uma farsa, porque se as manifestações pararem, tudo volta ao normal".

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"Fiquei profundamente decepcionado com o comunicado de imprensa do Conselho de Estado, um comunicado que não quer dizer nada, ou seja, diz algo que é obvio há mais de 15 anos’’, acrescenta o jornalista e analista político Tomas Vieira Mário.

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Por seu lado, o também analista político Boaventura Cossa considera importante o facto de o Conselho de Estado ter reconhecido a necessidade de despartidarizar as instituições do Estado e a profissionalização dos órgãos de administração eleitoral "porque estas são as principais causas da situação que se vie neste momento em Moçambique".

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Nesta segunda-feira, 16, não houve registos de protestos, no entanto, o país aguarda com ansiedade o posicionamento do Conselho Constitucional sobre os resultados finais das eleições que deram vitória ao candidato da Frelimo à Presidência da República, ao partido no poder nas eleições legislativas e nam votação para governadores.