Crianças expulsas da África do Sul, muitas delas abusadas sexualmente têm estado a ser acolhidas num Centro de acolhimento, na região de Maputo. Entre 2007 e 2001, foram ali recebidas 224 crianças, tendo sido reintegradas nas suas famílias 215.
É um centro de trânsito e de reabilitação psicológica.É o único do género no país.Atende crianças perdidas ou abandonadas, crianças expostas a situações de tráfico ou vários tipos de abuso; como o sexual ou doméstico.
Existe desde 1992, mas só em 2009 passou a ser gerido pelo Estado, sendo agora tutelado pelo Ministério da Mulher e Acção Social.
Inicialmente concebido para acolher refugiados de guerra, o Centro, situado na Província de Maputo, sul de Moçambique, passou pelas mãos de diversas organizações, incluindo do ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Neste momento, o Centro atende essencialmente crianças. E muitas delas oriundas da África do Sul.
Semanalmente, centenas de moçambicanos são repatriados da África do Sul, pela fronteira de Ressano Garcia, onde se localiza o principal posto fronteiriço do país. E, entre os repatriados, há quase sempre crianças. Meninos, alguns dos quais traficados e abusados ou explorados por membros da própria família.
De 2007 a 2011, passaram pelo centro duzentos e vinte e quatro crianças e jovens, tendo sido reintegrados duzentos e quinze, em familias próprias, e quatro colocados em instituições de acolhimento.
Isidro Afonso Alberto é o Director do Centro de Acolhimento de Crianças. Diz à Voz da América que a principal dificuldade tem a ver com os familiares das crianças.
Familiares que não acreditam que um parente próximo, como um tio, uma tia, uma prima ou um primo, possa ser capaz de aliciar um membro da família e explorá-lo, sem escrúpulos.
A outra dificuldade é material; fazer a reintegração das crianças tem os seus custos e manter o centro a funcionar também.
O dinheiro não abunda. O orçamento que recebem do Estado é magro. Só existe uma única viatura e mesmo essa foi oferecida pela Embaixada dos Estados Unidos da América, através da Save The Children.O Centro precisa de ajuda.
E, segundo Isidro Alberto, como forma de procurar formas de auto-sustento, o centro iniciou, este ano, com a criação de animais de pequena espécie. Tem já alguns cabritos, galinhas e patos e espera, este mês, começar a vender alguns dos bichos.
Em carteira, está já na forja um projecto mais ambicioso; o de ampliar o centro, construindo dois novos pavilhões e outras infraestruturas. Neste momento, só existe um; meninas e rapazes dormem no mesmo espaço. A ideia é alterar isso.
Isidro Alberto, Director do único Centro de Trânsito e de Reabilitação Psicológica em Moçambique,unidade que acolhe e atende crianças perdidas ou abandonadas, crianças expostas a situações de tráfico ou vários tipos de abuso; como o sexual ou doméstico.
O Centro tem muitos projectos mas não tem fundos para os implementar, carecendo igualmente de um psicólogo especializado, que possar assistir, a tempo inteiro, as crianças que por lá aparecem ou são encaminhadas.