A organização não-governamental americana Visão Mundial lançou nesta quarta-feira, 30, em Joanesburgo, uma campanha contra a violência contra a criança na região da África Austral, da qual Moçambique faz parte.
O director regional das operações daquela organização, Jean-Claude Mukadi, disse que a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tem um grande número de casos de crianças envolvidas em trabalho infantil.
Your browser doesn’t support HTML5
Além disso, a SADC debate-se com muitos casos de casamentos prematuros.
Em Moçambique, por exemplo, cerca de seis milhões de raparigas menores de idade estão vulneráveis ao fenómeno.
Na ocasião, a deputada moçambicana Antónia Charre reconheceu que a situação de casamentos prematuros é muito grave no seu país, sobretudo nas famílias vulneráveis, vivendo nas zonas rurais de Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
Charre disse que a guerra sem quartel para libertar a rapariga já começou, tendo na liderança o presidente Filipe Nyusi.
Para a Visão Mundial, Moçambique tem boa legislação, mas carece de implementação prática e monitoria no terreno, pelo que a organização duvida do sucesso dessa luta, nos próximos cinco ou 10 anos.
Uma activista social e parlamentar do Malawi, pais com maior registo de casamentos prematuros na região seguido por Moçambique, disse que a protecção da criança deve ser assunto de campanhas eleitorais dos políticos com dados, prazos e prestação de contas quando chegarem ao poder.
Para a Rainha do Lesotho, que procedeu ao lançamento da campanha, os africanos consideram a criança como tesouro do futuro e por isso deve ser protegida a todo o custo.
A Visão Mundial promete trabalhar com Moçambique, Malawi, Zâmbia e Suazilândia no combate a casamentos prematuros, enquanto noutros países da região vai lidar basicamente com o trabalho infantil.