Os Governos de Moçambique e do Malawi acordaram o repatriamento de 3.281 refugiados moçambicanos que se encontram no campo de Luwani, após sucessivas reuniões bilaterais para a reintegração do grupo nas zonas de origem, informou à VOA uma fonte do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR), sem gravar entrevista.
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Sem mencionar detalhes, a nossa fonte em Mwanza, no Malawi, disse que um acordo já foi firmado e todos os pormenores do repatriamento foram observados, faltando apenas acertos na execução do plano de devolução à província de Tete de milhares de refugiados que se encontram no Malawi.
“Na última reunião que tivemos com os refugiados, a 20 de Junho (nas celebrações do Dia Internacional dos Refugiados) quase todos reiteraram o desejo de regressar voluntariamente a Moçambique porque o repatriamento é voluntário”, disse a fonte.
“Por experiência própria, a maioria dos refugiados manifesta a vontade de regressar e é a mesma leitura que faço no campo de Luwani”, precisou o mesmo responsável, acrescentando que “viver num campo de refugiado não é mesma coisa que viver na sua própria casa”.
Problemas em saúde e educação
O responsável adiantou que neste momento o campo de Luwani enfrenta dificuldades em cuidados de saúde e educação, sobretudo para 1.200 crianças refugiadas que vivem no local, devido ao fim, há meses, de um programa de apoio do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), que tinha contratado enfermeiros e professores para atender o campo.
A mesma fonte disse que este ano o campo de Luwani recebeu alguns refugiados, mas que foram integrar as suas famílias, depois que ficaram dispersas durante as fugas na eclosão em 2015 da instabilidade político-militar em Moçambique.
Acrescentou que desde a vigência da trégua em Dezembro de 2016 pelo menos duas famílias regressaram, oficialmente, a custo próprio a Moçambique.
Refira-se que as autoridades malawianas e o ACNUR tinham registado 9.628 refugiados moçambicanos num campo em Kapise e outros 880 moçambicanos que estavam integrados em algumas famílias em Chikwawa no pico do conflito no início de 2016.
A administradora de Moatize, Maria Torcida, confirmou à VOA em Junho, o regresso de 6.346 refugiados moçambicanos que se encontravam em campos no Malawi como resultado da trégua indeterminada das hostilidades no país.