O Governo de Moçambique constatou que a fraca poupança interna está a afectar o desenvolvimento do país, sobretudo das zonas rurais, onde vive mais de 80 por cento da população.
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Estudos do Banco de Moçambique indicam que só dois por cento da população moçambicana, estimada em mais de 25 milhões de habitantes, tem poupança positiva.
O ministro moçambicano da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, apontou a falta de serviços financeiros como um dos factores que contribuem para a fraca poupança das pessoas, sobretudo as que vivem no campo, sublinhando que o país perde muito com isso.
Para aquele governante, os mais de 80 por cento da população residente nas zonas rurais, não beneficiam dos serviços básicos, em particular os do sector financeiro, "e nós perdemos muito com isso".
O Instituto de Estudos Económicos e Sociais (IESE) diz que já tinha alertado para esta situação que se arrasta há vários anos e que põe em causa o desenvolvimento de Moçambique.
O dierector do IESE, António Francisco, afirma que durante 50 anos, Moçambique tem crescido à base da substituição da poupança interna pela externa, o que significa que o país não tem criado poupança.
Para aquele economista, o normal é que o país cresça com base na sua poupança nacional e complementar com poupança externa, sublinhando que "no caso de Moçambique, foi exactamente o contrário".
Vários outros economistas consideram que nos últimos anos, Moçambique registou algum crescimento económico, mas duvidam que esse crescimento possa gerar desenvolvimento porque não resulta da capacidade da população de poupar 20 ou 30 por cento, para poder expandir a sua capacidade produtiva.
As autoridades moçambicanas têm estado a promover feiras financeiras, para aproximar os serviços financeiros das comunidades e, por essa via, poder captar as poupanças dos cidadãos.