Os cidadãos de nacionalidade moçambicana continuam a liderar a lista de estrangeiros detidos em conexão com a caça furtiva de rinocerontes na África do Sul, segundo o mais recente relatório do Departamento sul-africano de Assuntos Ambientais.
A fonte indica que os sindicatos do crime organizado estão envolvidos no comércio ilegal de larga escala tanto do corno de rinoceronte quanto do marfim.
Os dados mais recentes indicam que o número total de rinocerontes abatidos pelos caçadores furtivos atingiu 1.115 animais, mais 151 em relação aos casos registados em 2013.
Enquanto isso, o Parque Nacional do Limpopo (PNL) vai reforçar, a partir do ano em curso, a cooperação para o combate caça furtiva, mercê da conclusão de um processo de actualização do sistema digital de comunicação transfronteiriça via rádio.
Para o efeito, o Ministério do Turismo de Moçambique e a Fundação de Parques de Paz (PPF), instituição sul-africana, rubricaram um acordo através do qual a organização disponibilizará 2,1 milhões de euros destinados a diversas intervenções de combate a caça furtiva no país, muito em particular no PNL.
Em Dezembro de 2014, Moçambique, África do Sul e Zimbabué uniram esforços para estancar a caça furtiva.
As autoridades moçambicanas assumem que a caça furtiva, para além do impacto económico e do ponto de vista ecológico, está a ter também graves consequências sociais, tendo resultado já na morte de pelo menos 13 jovens moçambicanos até Novembro de 2014.
Por outro lado, a África do Sul decidiu, em Novembro do ano passado, retirar todos os rinocerontes do Parque Nacional do Kruger, devido aos caçadores moçambicanos, que só no início de 2014 tinham abatido mais de três centenas de rinos.
Segundo fontes do PNL, para combater a caça furtiva do rinoceronte há uma maior colaboração ao nível de gestão do PNL em Moçambique, e de Kruger, na África do Sul, como parte integrante da Iniciativa Transfronteiriça do Grande Limpopo.
Até finais do ano passado 2014, foram abatidos 1.020 rinocerontes no Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo (PTGL) contra 1.004 rinocerontes em 2013.
Dados disponíveis indicam que, até Junho do mesmo ano, 280 moçambicanos foram presos em conexão com a caça ilegal do rinoceronte em Moçambique e na África do Sul. No mesmo período, foram apreendidos pelas autoridades 26 cornos de rinoceronte na posse de caçadores furtivos e 12 armas de fogo de diversos calibres.