Milhares de manifestantes protestaram nos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal, neste domingo, 4, contra a corrupção e a favor da Operação Lava Jato.
Sem uma agenda única, os manifestantes pediam, entre outras medidas, a rejeição às mudanças no pacote de medidas anticorrupção, aprovadas pela Câmara dos Deputados, e o fim do foro privilegiado.
Os protestos tiveram como principais alvos os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, bem como "políticos corruptos" de forma generalizada.
O Presidente da República Michel Temer foi poupado e recebeu apenas críticas pontuais nas manifestações.
As manifestações foram convocadas pelas redes sociais por grupos como “Vem Pra Rua” e MBL (Movimento Brasil Livre), os mesmos que encabeçaram as manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
O “Vem Pra Rua” diz que os protestos aconteceram em 245 cidades, mas não informa a estimativa de público total.
Em comunicado divulgado, Renan Calheiros, presidente do Senado, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, afirmaram que as manifestações são "legítimas".
A Presidência da República também divulgou uma nota sobre os protestos em que diz que os Poderes devem estar "sempre atentos às reivindicações da população brasileira".
Inicialmente, os protestos seriam contra a proposta de conceder amnistia ao crime de caixa 2, na câmara.
A medida, porém, foi deixada de lado pela cúpula do Congresso e pelo Governo, em meio a manifestações contrárias e à crise envolvendo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que levou à saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo.
As manifestações passaram a focar, então, no pacote de medidas anticorrupção, aprovado pela Câmara na madrugada de quarta-feira, 30.
O texto aprovado pela Câmara, porém, sofreu diversas mudanças, que provocaram reacções de toda a sociedade brasileira.