Um quadro sénior da Renamo disse, no fim-de-semana, que a retirada das forças governamentais de posições circunvizinhas da serra da Gorongosa abre caminho para uma paz efectiva e uma verdadeira reconciliação entre os moçambicanos.
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Mas o Governo diz que isso passa pelo desarmamento do braço armado daquele partido.
Esta questão levanta polémica. O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, diz que não há movimentação alguma; e o governo afirma que isso não corresponde à verdade.
Refira-se que o Governo prometeu levar jornalistas a Gorongosa para confirmarem a retirada das tropas governamentais das posições próximas do local, onde se presume se encontre escondido Afonso Dhlakama.
Entretanto, Gamia Mussagy, membro da Comissão Política da Renamo e deputada da Assembleia da República, diz estar "feliz por ouvir dizer que as oito posições das forças governamentais já foram removidas (da Gorongosa)".
"É graticante," sublinhou Mussagy.
Alguns académicos disseram à VOA que "é bom ouvir isso, dito por um quadro sénior da Renamo".
Mas o ministro moçambicano da Defesa, Salvador M'tumuke, diz ser fundamental o desarmamento dos guerrilheiros da Renamo, considerando que o anúncio unilateral feito pelo Chefe de Estado, relativo à retirada das forças de defesa e segurança da Gorongosa, "não basta, a Renamo devia também apresentar as suas armas".
Outros analistas entendem que a aposta numa solução política para a questão do desarmamento dos homens armados da Renamo que está a ser seguida, não parece ser sustentável.
A transformação da Gorongosa num centro histórico e económico, capitalizando sobretudo a actividade turística, é tida por analistas como a solução mais sustentável, porque isso vai garantir a sustentabilidade das pessoas que possam ser desarmadas.