Populares cortam estradas em protesto as demolições de casas em Luanda

Governo angolano tem demolido nos últimos anos os alojamentos precários de milhares de cidadãos para dar espaço a novas obras as vezes privadas (Foto de arquivo)

Cerca de uma centena de residentes que perderam as casas por ordem de fiscais municipais protagonizaram o acto que limitou a circulação nas direcções norte e sul de sul da capital
Oitenta e seis famílias no Município do Cacuaco em Luanda viram as suas residências a serem destruídas pelos alegados fiscais daquela zona que levou os populares a bloquearem durante amanha de hoje a Via Expressa que liga o ponto norte (Cacuaco) ao ponto sul de Luanda (Benfica).

Alcino Gomes um dos desalojados na manhã de hoje, no Bairro Nhanda, Município do Cacuaco em Luanda afirmou a nossa reportagem estarem desde 2007 naquela zona e que só partiram para a interdição da via expressa Cacuaco Benfica por não saberem onde se dirigirem.

"Vimos que não vamos aguentar estes homens, então por isso decidimos entornar a via pública. Enquanto que nós estamos aqui na rua, partiram as nossas casas, nós também vamos bloquear a via” disse o revoltado o entrevistado.

Os residentes queixaram da ausência dos responsáveis munipais no local no período que antecedeu as demolições para explicar as suas razões.

"Até a este momento a dona Rosa não diz nada” acrescentou.

José António, um outro entrevistado disse à Voz da América que foram surpreendidos por fiscais alegadamente ligados a administração do Cacuaco e que foram encaminhados três moradores para aquela administração.

"As casas que estão partidas são oitenta e seis, e levaram três pessoas duas moças e um moço” frisou.

A administradora de Cacuaco, Rosa Janota esteve no local, onde segundo os populares terá garantido um próximo encontro com os revoltosos. Contactado pela Voz da América Rosa Janota rejeitou dar qualquer explicação sobre o assunto.