O Centro de Integridade Pública (CIP) apela à justiça do Reino Unido, que iniciou as audiências de um caso relacionado com escândalo das dividas ocultas, para que “no momento de decidir, lembre-se dos milhões de pobres moçambicanos que ficaram mais empobrecidos vítimas da fraude”.
Trata-se do caso CL-2019-000127, no qual o Estado moçambicano pede a anulação de garantias soberanas, emitidas pelo ex-ministro das Finanças, Manuel Chang, para viabilizar uma dívida da ProIndicus na ordem de 622 milhões de dólares.
O valor foi disponibilizado, em 2013, pelo banco Credit Suisse, alegadamente para projetos de proteção costeira, que nunca foram vistos.
Veja Também Dívidas ocultas: Conselho Constitucional anula empréstimos da Proindicus e MAMNo caso iniciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), em representação do Estado moçambicano, contra dez réus, incluindo o Credit Suisse International, três funcionários do Credit Suisse (Surjan Singh, Andrew James Pearse e Detelina Subeva), e a construtora naval Privinvest, de Abu Dhabi.
Além de pedir a declaração de que Moçambique não é responsável pelas garantias soberanas assinadas por Chang, a PGR quer a condenação dos réus a pagar indemnização a Moçambique pelas perdas e danos causados.
O Estado moçambicano diz que Chang não teve autorização para assinar as garantias do empréstimo. O Credit Suisse e seus antigos empregados são citados a negar a responsabilidade pelos danos causados a Moçambique; e Privinvest diz que o tribunal inglês não é competente para julgar o caso.
Veja Também Anulação de atos de empresas das "dívidas ocultas" afeta credibilidade de MoçambiqueAo mesmo tempo que considera um passo importante o inicio do julgamento na Inglaterra, o CIP “exige e espera que a justiça moçambicana também avance com o julgamento do processo das dívidas ocultas e que os autores sejam responsabilizados pelos danos causado ao Estado”
Acompanhe a entrevista com o pesquisador do CIP, Borges Nhamire, que lamenta que contrariamente aos alegados objetivos da Proindicus e de outras empresas ligadas ao escândalo das dividas ocultas, a costa moçambicana continua vulnerável:
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