O presidente da UNITA vai deixar o partido e enquanto os eventuais candidatos à sua sucessão preparam-se para lançar-se na corrida, a VOA quis saber qual o legado de Isaías Samakuva, depois de 14 anos à frente do partido fundado por Jonas Savimbi.
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Da união do partido a um exemplo para a democracia Angola ao deixar a liderança, os entrevistados falam num balanço “muito positivo).
O “mais velho” Jose Chiwale, membro da UNITA deste a sua fundação em 1966, diz que o legado deixado por Isaías Samakuva à frente dos destinos da UNITA é impar.
“É um legado ímpar, o presidente Samakuva não só salvou a UNITA, mas os próprios angolanos de uma hecatombe logo após a morte de Jonas Savimbi, quando nos sentíamos órfãos e perdidos, e foi Samakuva quem juntou novamente a UNITA e agigantou-a até este ponto, a sua retirada é também uma lição de democracia para Angola", sublinhou Chiwale.
Outro companheiro de Samakuva, Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, acha que pelo contexto em que encontrou o partido Isaías Samakuva merece uma vénia.
"Samakuva é um homem ponderado, ouve toda a gente antes de tomar decisões”, lembra Sakala, lembrando que “não foi fácil substituir Jonas Savimbi, mas a forma como uniu e reergueu de novo a UNITA e o manteve como está hoje, preciso fazer uma vénia a Samakuva porque outros partidos históricos em Africa sucumbiram".
Por seu turno, o politólogo e jornalista Alberto Cafussa considera que Isaías Samakuva cometeu alguns erros, como a exclusão de alguns membros de proa da UNITA, mas deixa um legado positivo.
"Naturalmente Isaías Samakuva cometeu alguns erros como, por exemplo, o de exclusão de alguns membros influentes na UNITA, como Jorge Valentim e outros, mas houve mais vantagens que desvantagens, Samakuva pegou na UNITA fragilizada, conseguiu 16 deputados em 2008, em 2012 subiu para 32 e agora deixa a presidência do partido com 51 deputados”.