Juiz quer saber quem é o líder dos activistas de Luanda

Juiz Januário Domingos José

Advogado e procuradora entram em diálogo devido a peruca da integrante do Ministério Público.

As autoridades angolanas reforçaram nesta quarta-feira a segurança perto do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, onde decorre o julgamento dos 17 activistas acusados de crime de rebelião e de actos preparatórios de golpe de Estado.

A polícia colocou chapas vermelhas na parte superior do quintal do tribunal para evitar a entrada de qualquer pessoa ou que curiosos tenham acesso ao que passa no interior.

De manhã, a polícia voltou a carregar sobre vários jovens que manifestavam o seu apoio à causa dos activistas, ao mesmo tempo que, até ao meio, dia, menos de uma dezena de jovens considerados próximos do poder continuavam no local com as t-shirts com dizeres “Justiça sem pressão”.

Activistas angolanos

Durante o interrogatório do réu Hitler Chiconda “Samussuku” , o juiz Januário Domingos José quis saber quem é o líder do grupo.

Na mesma sessão,o advogado de defesa David Mendes e uma procuradora teve um altercado de palavras quando, segundo fontes no local, a integrante do Ministério Público teria usado uma peruca que cobria uma boa parte do rosto.

Mendes alegou não conhecer a procuradora que respondeu dizendo que o nome dela conta de todas as actas das sessões.

Em relação ao cabelo, ela disse que faz o que lhe apetece, disseram as mesmas fontes.

Refira-se que, como aconteceu nos dois dias anteriores, diplomatas estrangeiros foram impedidos de assistir ao julgamento.

O julgamento continua e está previsto terminar na sexta-feira, 20.