O activista Nito Alves foi interrogado durante várias horas nesta terça-feira, 17, no segundo dia do julgamento dos activistas acusados de crime de rebelião e actos preparatórios de um golpe de Estado em Luanda.
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O interrogatório de Nito Alves começou ontem, tendo o Ministério Público questionado várias vezes se o grupo estava a frequentar um curso, quem o financia e quem é o ditador.
Nito teria dito que era apenas uma reflexão entre amigos e que não há qualquer financiador.
Ele recusou-se a responder quem era o ditador.
Hoje, a acusação continuou na pista do financiamento do grupo e quis conhecer o envolvimento da organização não governamental Open Society no caso.
O Ministério Público perguntou também quem financiou a viagem de Nito Alves ao Brasil para participar numa conferência internacional sobre Direitos Humanos.
O juiz Januário Domingos José apresentou o vídeo de uma entrevista do activista no Brasil, na qual teria dito que iam derrubar o regime.
Alves não terá tido oportunidade de responder devido à intervenção dos advogados que lembraram ao juiz que o papel de investigar é da responsabilidade do Ministério Público.
Entretanto, o dia começou agitado no tribunal com os activistas a serem espancados pela polícia, como denunciou o advogado Zola Ferreira.
“Quando estávamos à espera de entrar na sala, vimos chegar os réus e depois sentimos gritos que nos preocuparam e os agentes da ordem disseram que eles se tinham portado mal”, explicou Ferreira que lamentou que “uma situação do tipo aconteça no tribunal”.
Como aconteceu ontem, representantes do corpo diplomático da União Europeia, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos da América foram impedidos de assistir o julgamento.
O juiz Januário Domingos José ordenou que os profissionais da comunicação social só poderão regressar à sala do julgamento para “as alegações orais, quesitos e leitura do acórdão”
O julgamento está previsto terminar na sexta-feira, 20.