Hospitais angolanos gritam por socorro

Hospital Lucrécia Paim, em Luanda

Médicos pedem apoio nas redes sociais e autoridades reconhecem situação difícil.

O número de mortes nos hospitais de Luanda aumentou vertiginosamente nos últimos dias.

Nesta segunda-feira, 14, por exemplo, 27 crianças morreram no Hospital Pediátrico de Luanda.

A Inspeção-Geral do Ministério da Saúde reconhece que a situação é crítica em todo país.

As criticas são de doentes e de profissionais da saúde.

"Preciso que me arranjem material hospitalar como luvas, seringas, compressas, curitas, soro, e tudo que puderem arranjar para as nossas crianças no Hospital Pediátrico. Por favor nossos filhos estão a morrer. Peçam aos vossos amigos e colegas também por favor. Nem que cada um compre uma seringa, acreditem, irá ajudar muito. Estamos mesmo mal aqui, ontem perdemos 27 crianças", lê-se num post colocado por uma médica do Hospital Lucrécia Paim.

Utentes ouvidos pela VOA nesta terça-feira, 15, afirmam que faltam, luvas, seringas, agulhas, medicamentos, até mesmo camas para internar os pacientes.

João Chicoia, director do Hospital do Capalanga, em Viana, reconhece que a estrutura não tem capacidade para acolher mais pessoas porque a procura é muita e diz que 7 a 8 pessoas morrem diariamente naquele hospital.

“É muita gente e a nossa administração está preocupada com isso”, reconheceu.

Por seu lado, o inspector geral do Ministério da Saude Miguel dos Santos Oliveira afirma que a situação é preocupante mas que as autoridades estão a fazer reforços para conter a situação.

“Isto não é só uma situação do Hospital Pediátrico, se for aos privados também estão cheios de pacientes”, afirmou Oliveira, reconhecendo que a situação crítica que se vive no país deve-se essencialmente à falta de saneamento básico.

“Temos grande descarga das chuvas, temos lixo que atraem os vectores, ou seja os mosquitos”, concluiu aquele responsável.

A sociedade angolana já se mobiliza para ajudar no fornecimento de consumíveis que fazem falta nos hospitais.