Hillary apela ao fim das ditaduras e sublinha o papel da mulher no continente africano

Hillary Rodham Clinton visitou uma cooperativa agrícola de mulheres, na Tanzânia

"Se todas as mulheres de África – do Cairo à Cidade do Cabo – decidissem que iriam parar de trabalhar durante uma semana, as economias de África entraria em colapso”

Democratizar África

A Secretária de Estado Americana, Hillary Clinton considera que se vive uma época fascinante para as democracias africanas, sublinhando que “mais de metade dos países da África Sub-Sahariana adoptaram regimes democráticos, constitucionais e multipartidários”. Hillary Clinton discursava na sede da União Africana, em Adis Abeba.

Hillary Clinton foi o primeiro Secretário de Estado americano a usar da palavra perante um plenário da União Africana, uma sala repleta de líderes do continente e de diplomatas.

Clinton elogiou, em particular, os povos dos países de há muito governados por ditadores que clamam por liberdade, muitas vezes manifestando-se nas ruas: “Em países onde os empregos rareiam e onde uma pequenina elite prospera, enquanto a maioria da população se debate com dificuldades, pessoas, especialmente jovens, canalizam a sua frustração para mudanças sociais, económicas e políticas. A sua mensagem é clara para todos nós, o status quo está ultrapassado, as velhas formas de governação já não são aceitáveis, chegou a altura desses líderes liderarem de forma responsável, de tratarem os seus povos com dignidade, com respeito pelos seus direitos e de porem em prática oportunidades económicas. E, se não o fizerem, então chegou a altura de abandonarem o poder”.

A Secretária de Estado americana, neste seu discurso programático perante a liderança da União Africana, recebeu o seu maior aplauso quando reconheceu o papel das mulheres africanas, considerando-as “as mulheres mais trabalhadoras de todo o mundo”.

Disse Hillary Clinton: “Frequentemente, essas mulheres não são incluídas na economia formal, não são mencionadas em termos do Produto Nacional Bruto e, não obstante, se todas as mulheres de África – do Cairo à Cidade do Cabo – se essas mulheres decidissem que iriam parar de trabalhar durante uma semana, as economias de África entraria em colapso”.

Num outro registo, falando no mesmo púlpito onde, no passado, Moammar Gadhafi usou da palavra, Hillary Clinton exortou os líderes africanos para que defendessem os ideais democráticos da sua organização e exigissem a demissão do contestado dirigente líbio, considerando que se tornou cada vez mais claro que Gadhafi perdeu toda a sua legitimidade.