Um juiz de Instrução Criminal do Tribunal Regional de Bissau ordenou nesta sexta-feira, 24, a "libertação imediata" de nove ativistas detidos no dia 18 quando participavam numa marcha organizada pela Frente Popular para "resgatar a República".
No despacho 20/24, Simão Bacalé Biague escreveu que "acolheu as pretensões dos requerentes", nomeadamente dos advogados de defesa dos detidos, que apresentaram um habeas corpus para libertação dos mesmos, e do Ministério Público, que concordou com o pedido.
Veja Também Coordenador da Frente Popular, detido, necessita de "assistência médica urgente"O magistrado determinou ainda que o Ministério do Interior, além colocar em liberdade os detidos, através da Polícia de Ordem Pública (POP) remeta todos os autos relativos ao processo que conduziu à detenção dos ativistas, a fim de prosseguir com os inquéritos.
Entre os detidos está o coordenador da Frente Popular, Armando Lona.
Mais cedo a polícia dispersou um grupo de pessoas que estavam à porta do tribunal à espera que os detidos fossem apresentados ao juiz, o que não aconteceu.
De seguida, as pessoas seguiram para a Casa dos Direitos, que também foi cercada pela polícia que continuava a incitar as pessoas a abondonarem o local.
A Voz da América falou com a presidente da Associação Juvenil para a Promoção dos Direitos Humanos, Mansata Mónica Barbosa Silá, que abordou a situação dos detidos antes da decisão do juiz.
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Refira-se que a Voz da América tem tentado falar, por diversas vias com o secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Monteiro, a quem o ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Baldé, indicou como responsável pela atuação da polícia, mas até agora não houve qualquer reacçao.
Ontem o Conselho de Ministros instou o Ministério do Interior e da Ordem Pública a acelerar a entrega dos detidos à justiça.
No dia 18, a polícia deteve 93 pessoas que participavam da marcha e libertou apenas 84 no domingo.