O ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, mediou na terça-feira, 5, um encontro entre os chefes da diplomacia do Ruanda, Olivier Nduhungirehe, e da República Democrática do Congo (RDC), Thérèse Kayikwamba Wagner, no qual definiram o Mecanismo Reforçado de Verificação Ad Hoc, do acordo de cessar-fogo assinado pelos governos de Kinshasa e Kigali.
Ao falar após a reunião, o chefe da diplomacia do Ruanda informou que as três partes concordaram em criar uma equipa de especialistas militares para acompanhar a implementação do que é conhecido como “Relatório técnico do Conceito Proposto de Operações ”(CONOPS).
Veja Também Mediação angolana no conflito na RDC em perigo após ataque do M23“Acreditamos que nos ajudará a reforçar o mecanismo de verificação para que o cessar-fogo possa ser implementado e a paz regresse ao leste da RDC, que é o que todos queremos”, afirmou Olivier Nduhungirehe, citado pelo portal ruandês KT Press.
Ele acrescentou que todos estão “otimistas de que este processo vai funcionar”.
O mecanismo será composto por 18 oficiais militares de Angola, três do Ruanda e três da RDC.
Veja Também Angola vai apresentar plano de contenção de grupos armados no leste da RDCPor seu lado, a ministra dos Negócios Estrangeiros da RDC não fez declarações depois do encontro a portas fechadas, mas numa nota enviada à imprensa antes da reunião Thérèse Kayikwamba Wagner assinalou uma “certa contradição” entre “o discurso público do Ruanda e as suas ações no terreno, nomeadamente a tomada de certas cidades”.
A próxima reunião está marcada para 16 de novembro e confirmar a composição desse mecanismo de controlo.
Veja Também António Guterres e João Lourenço discutiram mediação angolana na RDCO encontro seguiu-se à apresentação de um projeto de relatório técnico por especialistas militares, cujos detalhes não foram divulgados.
A 4 de agosto o Presidente angolano, João Lourenço, anunciou a entrada em vigor de um cessar-fogo que, no entanto, não tem sido respeitado pelos rebeldes do M23, que atua no leste da RDC e que, segundo Kinshasa, tem o apoio do Ruanda.