Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá deslocar-se em Dezembro a Maputo para iniciar conversações sobre o financiamento a Moçambique.
O Fundo considera que o facto de Moçambique ter implementado medidas correctivas e aceite a auditoria internacional às dívidas secretas abre caminho para as discussões sobre o reatamento da cooperação.
Face aos avanços do governo moçambicano, o FMI não requer medidas adicionais, mas pede a realização das acções em curso de forma abrangente e atempada.
O analista Egídio Vaz diz que a decisão do FMI satisfaz ao argumento de analistas e do próprio governo de que “não é possível que alguém já endividado até o pescoço comece a pagar sem que se permita que trabalhe para tal”.
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Mesmo com esta flexibilidade do IMF, afirma Vaz, a sociedade civil deverá continuar a monitorar e pressionar o governo em relação às questões relacionadas com as dívidas secretas.
Vaz diz que a sociedade civil deverá estar atenta aos resultados da Krol, empresa que faz a auditoria das dívidas secretas, “para de lá extrairmos as responsabilidades e atribuir a cada entidade”.
As dívidas em causa – dois mil milhões de dólares – foram, entre outros, contraídas para o investimento numa empresa de pesca atum, que não tem resultados palpáveis.
Ontem, 28, uma comissão parlamentar ouviu o antigo Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, tido como um dos principais responsáveis do processo.
Não foram revelados detalhes do encontro, mas sabe-se que os deputados da Renamo não fizeram parte, tal como haviam prometido.