O Governo de Israel informou nesta terça-feira, 31, que as suas forças enfrentaram guerrilheiros do Hamas e atacaram a rede de túneis do grupo no norte da Faixa de Gaza hoje, enquanto dezenas de mortes foram relatadas num ataque a uma área perto de um campo de refugiados.
O Ministério do Interior palestiniano, administrado pelo Hamas, disse que um ataque aéreo israelita atingiu a área ao redor do campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, matando pelo menos 50 pessoas.
Veja Também Joe Biden discute guerra no Médio Oriente com dirigentes regionaisO exército israelita confirmou ter bombardeado o campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de Gaza, alegando ter morto ali um comandante do Hamas que disse ter sido um dos responsáveis pelo ataque de 7 de outubro.
“A sua eliminação ocorreu como parte de uma grande operação para combater terroristas e infra-estruturas terroristas pertencentes ao Batalhão Central de Jabaliya, que assumiu o controlo de edifícios civis na Faixa de Gaza”, disse um comunicado do exército.
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A Força de Defesa de Israel (IDF) e o Shin Bet, o serviço de segurança interna de Israel, acrescentaram que Nasim Abu Ajina era comandante do Batalhão Beit Lahia da Brigada do Norte do Hamas.
A IDF acrescentou que suas forças aéreas e terrestres combinadas atingiram aproximadamente 300 alvos nas últimas 24 horas, incluindo mísseis antitanque e postos de lançamento de foguetes subterrâneos, bem como complexos militares dentro dos túneis subterrâneos do Hamas.
Veja Também Papa apela ao cessar-fogo e libertação de reféns na Faixa de GazaOs militares disseram que vários membros do grupo considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia foram mortos durante a operação.
O Hamas tem uma extensa rede de túneis sob Gaza, onde se acredita estar a armazenar armas, alimentos e outros suprimentos.
As tropas e tanques israelitas continuam a avançar constantemente para o norte de Gaza, expandindo a sua presença militar em Gaza.
Veja Também Israel "avança em fase da guerra" com ataques a túneis e bunkersCrise humanitária e sem cessar-fogo
Os ataques aéreos israelitas em Gaza, em resposta à invasão do Hamas, levaram a uma crise humanitária no populoso território palestiniano.
O Ministério da Saúde, gerido pelo Hamas, disse ontem que mais de 8.300 pessoas foram mortas nos ataques aéreos, a maioria delas mulheres e crianças.
A organização humanitária Save the Children afirma que mais de 3.000 crianças foram mortas no conflito.
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Também ontem, numa conferência de imprensa, o primeiro-ministro israelita reiterou que os apelos a um cessar-fogo “são apelos a que Israel se renda ao Hamas, que se renda ao terrorismo, que se renda à barbárie”.
“Isso não vai acontecer, este é um momento de guerra", acrescentou Benjamin Netanyahu.
A "clássica retórica russa"
Nos Estados Unidos, a Casa Branca saudou hoje o fluxo limitado de ajuda humanitária e a restauração das telecomunicações em Gaza.
Entretanto, no fim de semana, centenas de pessoas invadiram um aeroporto na região russa do Daguestão com insultos anti-semitas depois da chegada de um voo de Telavive.
O Presidente russo, Vladimir Putin, atribuiu os acontecimentos à interferência estrangeira e disse que “foram inspirados, inclusive através das redes sociais, sobretudo a partir do território da Ucrânia, pelos agentes dos serviços de inteligência ocidentais”.
O porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca respondeu dizendo que "é a clássica retórica russa: quando algo corre mal no seu país, culpe outra pessoa, culpe as influências externas".
John Kirby assegurou que o Ocidente não teve nada a ver com isso.
"Isso é apenas ódio, intolerância e intimidação”, concluiu.
Noutra frente deste conflito, em Televive, o Conselheiro de Segurança Nacional israelita em declarações à imprensa, disse que o seu Governo poderá retaliar o grupo xiita Huthi do Iémen se continuar a atacar o país, depois de as forças israelitas terem neutralizado um míssil disparado da zona do Mar Vermelho.
Tzachi Hanegbi recusou-se a entrar em pormenores sobre a resposta que será dada por Israel.