Ponto de convergência para milhares de cidadãos afectados pela seca no interior da província de Benguela, Dombe Grande apresenta também um quadro de fome e pobreza, com famílias sem capacidade de aquisição, mas devido a uma praga que devasta a cultura de eleição, o tomate.
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A cultura do tomate cria na comuna do Dombe Grande, a 60 quilómetros da cidade de Benguela, uma cadeia de serviços que dá sustento a centenas de famílias.
As mulheres representam a franja que mais sofre com os efeitos desta praga, em Angola há já cinco anos, conforme ilustram depoimentos de Helena Cativa e Joana Amália.
‘’Há fome, a fome é muita porque só estamos a tirar milho. O tomate que dá dinheiro não está a sair por causa da praga. Mesmo o milho … é caro o combustível para as motobombas, assim as fazendas não avançam’’, lamentam as senhoras.
Com efeito o milho, uma das alternativas aos estragos causados pela ‘’tuta absoluta’’ na região que mais produz tomate em Angola, está a secar devido à pouca utilização de motobombas utilizadas na rega dos campos agrícolas.
Numa fazenda com 35 hectares, uma das várias onde as vítimas da seca no interior testemunham o drama dos naturais da região, o produtor Manuel Francisco ajuda a perceber o momento de aperto.
‘’Está difícil combater a ‘tuta’, está a ser difícil fazer tomate” disse.
“Do Governo só recebemos sementes de milho, quem quiser compra os medicamentos’’, avança o jovem do campo.
O comerciante Firmino Daniel, funcionário da Fertiangola, loja de venda de pesticidas, confirma a escassez de soluções no mercado.
‘’Para o caso, por exemplo, temos insecticidas, bons, que são para remover as praga”, disse.
No caso do tomate, estamos a atravessar um momento difícil, embora um ou outro agricultor consiga, mas está mal o mercado, o preço é elevado’’, acrescentou.
Fonte do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas assume tais insuficiências e avança que os agricultores terão de optar pela diversificação das culturas.