As cadeias angolanas não têm as condições exigidas internacionalmente para a manutenção de reclusos, disse um especialista angolano em questões prisionais
Fernando Falua reagia à VOA à revolta na prisão do Yabi, em Cabinda, que resultou na fuga de centenas de presos e manifestou-se também contra a decisão das autoridades de demitirem a direcção da referida cadeia.
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Falua disse que na generalidade a superlotação é um dos problemas que leva a revoltas e isso era um facto no Yabi.
"Yabi é uma cadeia de mínima segurança e há uma superlotação, ou seja tem uma população penal para além da sua capacidade", disse o especialista.
Para além da superlotação, Fernando Falua diz que a falta de ocupação do tempo dos reclusos é outro motivo que leva ao desespero do preso.
"Os nossos presos não tem uma ocupação em pequenos e grandes ofícios que lhes dê uma tranquilidade", explicou.
Uma outra razão na base de motins de presos é juntar todos os tipos de presos numa mesma cela, segundo Falua, para além da necessidade de haver psicólogos nas cadeios, o que não existe.
Fernando Falua manifestou-se também contra a decisão das autoridades de demitir toda a direcção da prisão antes de um inquérito.
"A medida certa seria uma suspensão e não demissão, a criação de uma comissão de inquérito, depois de apurados os factos é que se podia manter ou exonerar a direcção", defendeu.
De acordo com dados oficiais cerca de 150 presos fugiram da cadeia de Yabi, dois foram alvejados e 20 foram capturados.
Outras fontes falam em 300 presos evadidos.