A artista plástica moçambicana Dora Chipande, pseudônimo de Doroteia Sumbana, tem usado sua arte para contar histórias de resistência e transformação social. Sua mais recente exposição, intitulada XITAXI, é uma homenagem emocionante aos 52 jovens que foram brutalmente assassinados em um ataque terrorista em Cabo Delgado, em 2020, por se recusarem a aderir ao movimento terrorista. A exposição está em cartaz em Maputo até 24 de outubro e segue para Pemba, a capital da província de Cabo Delgado, em novembro.
Dora, que descobriu a paixão pela pintura em 2013, já havia explorado temas relacionados à resistência e à resiliência, mas foi o massacre em Xitaxi que inspirou sua mais recente obra. "O nosso tema central, o que me levou a esta exposição, foi um massacre que aconteceu a 8 de abril de 2020, onde 52 jovens foram executados instantaneamente num campo de futebol. Foi um episódio muito triste que me marcou profundamente, não só por ser moçambicana, mas por ser do norte de Moçambique e por um dia ter conhecido esta aldeia de Xitaxi," revelou a artista.
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Fala África: Heróis de Xitaxi — A arte de resistência e esperança de Dora Chipande
A exposição é composta por 15 peças, cada uma representando um aspecto dessa trágica história. Dora explicou seu processo criativo ao Fala África VOA, dizendo: "Achei que deveria contar essa história de forma que todo mundo pudesse perceber, desde alguém que não fosse tão letrado, uma criança, até alguém mais velho — uma linguagem simples para todos. Investigamos desde as paisagens e escolhemos a paleta certa de cores para reviver o ambiente de Xitaxi."
Os lucros gerados pela venda das obras serão destinados à Fundação Alberto Joaquim Chipande, que atua na reintegração social de deslocados e no suporte à comunidade de Xitaxi. "Este valor arrecadado vai exatamente para ajudar a esta população e para criar oficinas para mulheres e crianças, para que possam desenvolver uma vida mais sustentável," explicou a artista.
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A história dos jovens de Xitaxi não é apenas uma tragédia; é um ato de resistência heroica que merece ser lembrado. "Esses jovens foram assassinados porque se recusaram a juntar-se a um movimento terrorista. Este é um ato heroico da nossa era moderna. São 52 jovens heróis que o país e o mundo precisam conhecer," concluiu Dora, emocionada.
A exposição XITAXI é um testemunho poderoso de dor, resiliência e esperança, uma homenagem aos mártires de Cabo Delgado e um apelo à paz e à justiça que ecoa além das fronteiras de Moçambique.