A delegação de deputados da UNITA que visitou a região mineira de Cuango, na província da Lunda Norte, para constatar mortes de crianças por uma doença não identificada pede que o Presidente da República demita o governador Ernesto Mwangala.
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Os parlamentares do principal partido da oposição concluíram que em 90 dias morreram mais de mil crianças, a uma média diária de 12 mortes e acusaram os financiadores do garimpo de devastarem os solos da zona diamantífera da província.
"Em aproximadamente 90 dias, já morreram mais de 1080 crianças, o que perfaz uma média de 12 mortes por dia", denuncia Joaquim Nafoia, deputado e chefe da delegação, para quem as causas dessa calamidade são “o acumulado de lixo nas ruas de Cafunfo, a falta de sistema de recolha de lixo, a falta de sistema de distribuição de agua potável e quando chove o lixo é arrastado para os rios".
A agravar a situação está o garimpo desenfreado de diamantes que devasta a mãe natureza, de acordo com a mesma fonte.
Nafoia revela que só no Cafunfo há mais de 100 libaneses e mais de 1000 cidadãos da África Ocidental, “que são testa-de-ferro de toda actividade do garimpo no Cuango, que devasta as áreas de reserva do Estado".
A acusação do deputado da UNITA estende-se a Isabel dos Santos, dona da Ascorp, a My Diamond do Carlos Sumbula e a Sodiam “que patrocinam esses esses estrangeiros e, enquanto não forem afastados, fica muito difícil acabar com a confusão do garimpo"
Frente a este “caos”, Joaquim Nafoia e os colegas parlamentares pedem ao governador da província que se demita ou que o Presidente da República o exonere.
"O dr. Ernesto Mwangala é um médico competente mas como politico é péssimo, acho que contribuiria mais para o país na medicina, e na minha qualidade de deputado e nato desta zona peço ao Presidente da República que o demita, ou que ele próprio se demita”, conclui Nafoia.
A VOA realizou uma série de reportagens sobre a situação sanitária e social no Cuango, com moradores e responsáveis religiosos a apelaram a uma intervenção urgente na região que está, segundo as suas palavras, “totalmente abandonada”.