O Presidente de Moçambique disse não ter sido contactado pelo alegado “amigo comum” citado por Venâncio Mondlane, numa entrevista ao jornal norte-americano New York Times, que estaria a mediar um encontro com Daniel Chapo.
“Eu também ouvi dizer destes contactos, mas este amigo comum ainda não me contactou. Mas, eu tenho certeza absoluta que este amigo comum vai contactar-me e a partir daí vamos saber qual é a mensagem e, em função dessa mensagem, vamos trabalhar para pacificar o país”, afirmou Chapo em entrevista à CNN Portugal, no sábado, 18.
Your browser doesn’t support HTML5
"Estou sempre recetivo ao diálogo", enfalizou.
Como a Voz da América informou na semana passada, em declarações ao jornal New York Times, Mondlane afirmou estar em contacto com o novo presidente através de um "amigo comum".
Na sexta-feira, 17, Venâncio Mondlane, segundo candidato mais votado na eleições presidenciais de 9 de outubro, anunciou 25 medidas medidas para serem implementadas nos primeiros 100 dias do novo Governo e disse que vai suspender as manifestações durante os próximos três meses, para que o Executivo cumpra as suas propostas.
Veja Também Venâncio Mondlane apresenta medidas para primeiros três meses do novo Governo de MoçambiquePara Mondlane o primeiro ponto do plano é "parar com toda a violência contra a população".
"É uma exigência. (...) Temos de parar com este genocídio silencioso deste governo da UIR [Unidade de Intervenção Rápida]", afirmou Mondlane que pediu ainda a "libertação incondicional de todos os cerca de quatro mil moçambicanos detidos no âmbito das manifestações", que o candidato presidencial diz estarem "detidos ilegalmente".
Na entrevista à CNN Portugal, o Presidente da República disse que "o plano de 100 dias do Governo não tem nada a ver com recomendações do sr. Venâncio Mondlane".
"A implementação das medidas não vêm do senhor Venâncio Mondlane e que fique muito claro, neste momento, como Governo, estamos a fazer o levantamento dos prejuízos que foram causados pelas manifestações e esses prejuízos a nível nacional vão nos permitr fazer um plano de reuperação económica", sublinhou Daniel Chapo, para quem "nosso objetivo é a paz e a estabilidade social, económica e política do país".
Quanto às "propostas" de Mondlane, o Chefe de Estado comentou que é "um ultimato que tem algumas medidas que são interessantes".
"Morre um moçambicano, morre também um polícia, a população está orientada a matar polícias. É uma das medidas. Portanto, não sei se isso faz sentido para um homem de diligência média", concluiu o Presidente moçambicano.
No sábado, o Governo liderado pela primeira-ministra Maria Benvinda Delfina Levi, foi empossado.
No Executivo tem ministros, sem qualquer secretário de Estado.