A insegurança pública aumentou em Malanje, de acordo com residentes, que dizem haver roubos, assaltos, violações sexuais e vandalização de bens públicos e burlas com maior frequência.
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Armas de fogo, armas brancas e outros meios contundentes são os mais usuais por parte dos criminosos, que têm preferência nos mercados informais à luz do dia.
Maria Domingos, 42 anos, vendedora do Mercado Municipal de Malanje mostra-se insegura com a subida da criminalidade naquele perímetro. O caso mais recente tratou-se do roubo de cinco milhões de kwanzas a uma peixeira.
“A segurança aqui está mal, estão a agredir-nos. A minha colega aí quase a mataram, controlaram a hora que saiu [depois das 14 horas locais] do mercado, seguiram-na e os bandidos deram tiro no carro, o pneu furou e levaram o dinheiro”, confirmou.
Laurinda Luciano, 32 anos, admite que as burlas tomam, igualmente, contorno preocupante na hora da compra de bens de primeira necessidade.
O mototaxista David Avelino, de 24 anos, diz que os roubos aumentam todos dias.
“A nós mototaxistas não nos mexem, é mais as senhoras, as clientes que vêm às compras”, disse. “Eles seguem mais as clientes, às vezes intervimos, às vezes não conseguimos, por causa dos objectos cortantes que eles têm”, afirmou.
As ambulâncias do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA) são igualmente vandalizadas por cidadãos, de acordo com o chefe de Departamento do INEMA, Moisés Francisco.
“Somos vítimas de roubos, nossas ambulâncias a serem vandalizadas, inclusive. A gente já perdeu dois aparelhos, porque durante a ocorrência o pessoal sai para ver a vítima e há pessoas que estão sempre à volta do carro e tem a tendência de furtar as coisas”, confirmou.
Autoridades negam aumento de criminalidade
De Janeiro a Abril deste ano, a segurança pública na capital provincial foi considerada como calma, apesar do registo de 500 crimes, entre os quais roubos com recurso a armas de fogo, furtos, ofensas à integridade física e abusos sexuais de menores.
O porta-voz da Delegação Municipal do Interior em Malanje, inspector-chefe Simão Cambambe afirma que as acusações de um aumento dos crimes não corresponde à realidade.
“(A situação) é caracterizada como sendo calma, porquanto no período em referência às forças da ordem desta Delegação registou um total de 550 crimes, isto é menos 188, comparativamente ao período anterior”, disse.
Nesse período foram apreendidas três armas de fogo, cinco carregadores e vários meios subtraídos a cidadãos.