Donald Trump e Hillary Clinton trocaram nesta quarta-feira, 19, acusações de incompetência e ignorância política no terceiro e último debate antes das eleições presidenciais de 8 de Novembro
O debate realizado na cidade de Las Vegas era considerado por muitos analistas como a última oportunidade para o candidato republicano, Donald Trump, fazer virar o eleitorado que tem vindo a abandoná-lo na sequência de escândalos envolvendo gravações com alegações de assédio sexual por parte de Trump e comentários impróprios sobre mulheres.
Depois de um segundo debate rancoroso, havia a expectativa sobre deste terceiro debate ser também marcado por fortes trocas de acusações de carácter pessoal.
Apesar de o debate se ter iniciado com boas maneiras, rapidamente transformou-se numa tensa troca de opiniões e de palavras com a questão da nomeação de novos juízes para o Supremo Tribunal, direito ao porte de armas e ao aborto.
“O Governo não tem qualquer direito de se intrometer numa decisão que mulheres tomam com as suas famílias com conselho médico e de acordo com a sua fé”, disse Clinton.
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Mas foi na controversa questão da imigração que surgiram as primeiras diferenças, com Trump a afirmar ser necessário construir um muro na fronteira com o México.
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“De momento nós recebemos as drogas e eles o nosso dinheiro. Precisamos de fronteiras fortes, não podemos dar amnistia (aos imigrantes ilegais). Eu quero construir um muro”, reiterou Trump.
Clinton respondeu que “ somos um país de imigrantes e um pais de leis e podemos agir de acordo com isso”.
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Na discussão sobre política externa, Clinton acusou Trump de ter afirmado não se importar que outros países tenham armas nucleares.
E foi então que surgiram as primeiras acusações de caracter pessoal.
“O nosso país não tem meios para defender a Arábia Saudita, Alemanha, Japão e Coreia do sul. Ela disse que eu tinha afirmado que eles podiam ter armas nucleares. Ela já provou ser mentirosa em muitas questões. Isso é mais uma mentira”, acusou Trump, afirmando ainda que as recentes acusações de várias mulheres de que ele as tinha assediado eram “mentiras e ficção”.
Em resposta, Clinton afirmou que não se trava apenas de uma única acusação.
“É um padrão de divisionismo, de uma visão escura e perigosa para o nosso país”, ripostou a antiga secretária de Estado.
Interrogado se, depois de as suas recentes declarações de que as eleições estão a ser alvo de fraude, ele aceitaria o resultado da eleição, Donald Trump afirmou que dará a sua opinião após a votação no dia 8 de Novembro.
O candidato republicano lembrou que Hillary Clinton foi investigada pela polícia federal, FMI, sobre o uso do seu correio electrónico privado quando era secretária de Estado.
“Não deveria ser permitido que ela concorresse. Ela é culpada de um crime muito muito grave e só nesse aspecto eu posso afirmar que é uma fraude. Nunca deveria ter sido permitido que ela concorresse com base na questão dos e mails e tantas outras coisas”, concluiu o candidato republicano.
A eleição
As sondagens, antes do debate, apontavam uma vantagem de Hillary Clinton média de 6 por cento à escala nacional.
Para além disso, Clinton conseguiu ultrapassar Trump em Estados considerados vitais para uma vitória eleitoral como Flórida e Pensilvânia.
As eleições presidenciais americanas não são decididas pelo voto popular á escala nacional, mas sim a nível estadual onde cada Estado tem um número de delegados de acordo com a sua população.
Para um candidato vencer as eleições precisa de 270 delegados no colégio eleitoral e as sondagens indicavam que Clinton tinha a seu favor vitórias em Estados que lhe davam a votação provável de 256 delegados contra 170 de Donald Trump.