Terminou há momentos o segundo debate entre os dois principais candidatos à presidência americana, a democrata Hillary Clinton e o republicano, Donald Trump.
O debate começou com a questão que dominou as notícias nas últimas 48 horas: a publicação de um vídeo no qual Trump faz declarações extremamente depreciativas acerca de mulheres.
As declarações foram feitas em 2005 numa entrevista a um repórter especializado em entretenimento e fizeram com que destacadas personalidades do partido republicano retirassem nas últimas horas o seu apoio a Trump.
Respondendo a uma pergunta sobre a questão, o candidato republicano pediu desculpa pelos comentários, feitos há mais de uma década atrás,dizendo que se sentia embaraçado com os mesmos mas salientou se tratava apenas de “conversa de balneário”.
Hillary Clinton respondeu dizendo que a questão demonstrava que Trump não tinha o perfil necessário para ser presidente e que essa opinião era partilhada por muito dirigentes republicanos.
Outra questão colocada pela audiência focou a posição dos dois candidatos em relação às minorias, tendo por pano de fundo as declarações do candidato republicano sobre a deportação de imigrantes ilegais ou a entrada no país de pessoas de países muçulmanos.
Clinton salientou que é necessário celebrar a diversidade e que essa é uma caracteristica fundamental dos Estados Unidos.
Trump respondeu dizendo que tudo isso não passava de palavras.
Voltou igualmente à tona, durante este segundo debate, a questão da utilização por Hillary Clinton de emails privados para questões de serviço quando era secretária de estado.
A esse propósito Trump disse que se fosse eleito presidente a processaria formalmente, acrescentando: “devia ir para a cadeia”.
Clinton reconheceu que se tratou de um erro e que se pudesse voltar atrás não o teria feito.
Em destaque esteve igualmente a questão do sistema de saúde americano conhecido por Obamacare. Trump defendeu a necessidade de substitui-lo devido aos elevados custos para os consumidores. Clinton reconheceu algumas insuficiências e propôs a sua reformulação.
Em relação aos temas internacionais a questão Síria ocupou lugar cimeiro com Trump acusando o presidente Obama e a sua antiga secretária de estadode estarem na origem da actual situação e do aparecimento dos extremistas do Estado Islâmico e defendeu a colaboração com todas as partes envolvidas na luta contra o grupo incluindo a Rússia e os seus aliados do governo de Damasco.
Clinton criticou o relacionamento com a Rússia e os bombardeamentos de Alepo matando centenas de civis. Opôs-se também ao envio de tropas terrestres americanas para a Siria.
Outros temas em debate o comércio internacional e as questões energéticas.
Este segundo debate presidencial decorreu na Washington University in St. Louis, no estado do Missouri, e teve um formato bastante diferente do primeiro frente-a-frente entre os dois candidatos durante o qual responderam a perguntas de um único moderador.
Desta feita, o debate foi moderado por dois jornalistas, Martha Raddatz da ABC News e Anderson Cooper da CNN.
Metade das perguntas foram formuladas pelos moderadores, a outra metade pelo público presente na sala daquela Universidade. O público era constituído por eleitores supostamente sem uma opinião definitiva sobre em quem votar e foi selecionado pela firma Gallup especializada em sondagens à opinião pública.
Tratou-se do segundo dos três debates entre Clinton e Trump antecedendo as eleições presidenciais de 8 de Novembro. O último debate realiza-se a 19 de Outubro.