Cinco em cada seis crianças com menos de dois anos de idade não se alimentam convenientemente, o que tem graves consequências como falta de energia e atrasos no seu desenvolvimento físico e cognitivo.
A revelação é de uma relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgado na página da agência nesta quarta-feira, 13, (horário dos Estados Unidos).
"Os bebés e as crianças pequenas têm maior necessidade de nutrientes do que em qualquer outra fase da vida. Mas milhões de crianças pequenas não desenvolvem todo o seu potencial físico e intelectual porque recebem pouca comida e demasiado tarde", diz France Begin, conselheira sénior para os assuntos de Nutrição do UNICEF lembrando que “a má nutrição numa idade tão jovem provoca danos físicas e mentais irreversíveis."
De acordo com Begin, citada no comunicado, o relatório indica a introdução tardia de alimentos sólidos, o número reduzido de refeições e a pouca diversidade de alimentos “privam as crianças de nutrientes essenciais” para o seu cérebro, ossos e físico”.
Outros dados indicam que “metade das crianças com idades entre seis meses a dois anos não são alimentados com o número mínimo de refeições para sua idade, aumentando o risco de nanismo, menos de um terço deixa de comer uma dieta variada e metade delas em idade pré-escolar sofre de anemia”.
África Subsariana e Ásia, as caras da desigualdade
O UNICEF revela ainda que apenas 45 por cento dos 140 milhões de bebés que nasceram em 2015 foram amamentados na sua primeira hora de vida, como é recomendado, e três em cada cinco bebés com menos de seis meses não recebem os benefícios da amamentação exclusiva.
A desigualdade é igualmente abordada pelo relatório daquela agência da ONU.
Apenas uma em cada seis crianças das famílias mais pobres com idades entre os seis e os 11 meses na África subsaariana e no Sul da Ásia, têm uma dieta minimamente diversificada, quando comparada com uma em cada três das famílias mais ricas.
Para o Fundo a melhoria da nutrição das crianças mais pequenas poderia salvar 100.000 vidas por ano, uma responsabilidade que aquela agência atribui a lideranças “que devem ser fortes”.
A conselheira sénior para os assuntos de Nutrição daquela aência da ONU, France Begin, conclui dizendo que "não podemos permitir-nos falhar nesta nossa luta para melhorar a nutrição das crianças pequenas e que a sua capacidade para crescer, aprender e contribuir para o futuro dos seus países depende disso".