A pobreza extrema caiu em todo o mundo, mas sua erradicação está ameaçada pelo agravamento das desigualdades económicas, particularmente na África Sul-Sahariana e na Ásia, revela um relatório divulgado no domingo, 2, durante a Assembleia Anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial (BM).
Do outro lado da balança, entre 2008 e 2013, o rendimento de 60 por cento dos mais ricos aumentou mais depressa do que os 40 por cento das pessoas mais pobres em quase metade dos 84 países analisados pelos técnicos do BM.
No total, 767 milhões de pessoas ainda viviam com menos deum dólar e 90 centavos por dia em 2013, das quais quase metade encontravam-se na África Subsaariana.
Embora mais de metade dos pobres viva actualmente na África sub-sahariana, quatro dos países com maior número de pobres não são da região: Índia, China, Indonésia e Bangladesh.
O documento indica que, em termos “interanuais”, esse número supõe uma queda de 12 por cento da extrema pobreza no mundo todo, apesar do crescimento mais lento.
A queda é ainda mais pronunciada a longo prazo, quando se considera os quase dois mil milhões de pessoas pobres registadas em 1990.
"O número de pessoas privadas de um rendimento decente continua, porém, sendo muito grande", considerou o presidente do grupo, Jim Yong Kim.
Tendo como meta erradicar a pobreza extrema antes de 2030, o Banco Mundial adverte que tal objectivo não será alcançado se as desigualdades económicas não forem abordadas.
"Não conseguiremos isso, a menos que façamos que o crescimento beneficie os mais pobres. E, para isso, é preciso tratar as fortes desigualdades", insistiu Kim.
Moçambique, entre os mais pobres
Moçambique integra o grupo dos 10 países com mais pobres, de acordo com o mesmo estudo que revela que 60 por cento da população moçambicana vive na pobreza extrema.
O documento indicou que 15 milhões de moçambicanos vivem com menos de um dólar e 90 centavos por dia.