República Centro-Africana: Governo e rebeldes discutem a paz

Presidente centro-africano Francois Bozize (de branco) rodeado de forte segurança

Na capital do Gabão, Libreville, têm início, quarta-feira, negociações para se tentar encontrar uma solução pacífica para a rebelião que persiste há um mês na República Centro Africana.
Na capital do Gabão, Libreville, têm início, quarta-feira, negociações para se tentar encontrar uma solução pacífica para a rebelião que persiste há um mês na República Centro Africana.

O governo da República Centro Africana vai dialogar com a coligação rebelde Seleka por entre novos receios de um ataque de rebeldes à capital, Bangui, e o impasse sobre as exigências para o presidente François Bozizé se demitir.

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Rebelião - negociações


Os rebeldes dizem que Bozizé se deve demitir. O governo afirma que isso está fora de questão.

A coligação rebelde Seleka tomou um terço do país desde que lançou a sua ofensiva no norte no dia 10 de Dezembro.

Os rebeldes estão agora a 85 quilómetros da capital, de acordo com fontes governamentais e rebeldes. Tropas governamentais têm sido constantemente derrotadas. Uma força africana multinacional encontra-se agora posicionada entre os rebeldes e a capital.

No passado mês de Dezembro, o presidente Bozizá aceitou conversações incondicionais para formar um governo de coligação e disse que não se iria candidatar a um terceiro mandato em 2016.

Esta é a terceira grande rebelião contra Bozize desde que ganhou as eleições em 2005. Bozizé tomou o poder dois anos atrás através de um golpe de estado militar.

A Seleka é constituída por combatentes de três grandes grupos rebeldes no norte que afirmam que o governo não respeitou os acordos de paz assinados em 2007 e 2008.

A oposição política do país – nove partidos ao todo – vai estar também presentes nas negociações em Libreville. Afirmam estarem unidos nas suas posições mas não disseram se querem ou não que o presidente Bozize se demita.

A questão principal que vai dominar as negociações é se a aliança rebelde Seleka vai aceitar algo que não a demissão de Bozizé.

O presidente François Bozizé esteve segunda-feira em Brazzaville onde se encontrou com o seu homologo congolês Denis Sassou Nguesso, que vai mediar as conversações em Libreville.