A Unita denunciou hoje, 21, a existência de valas comuns na província do Huambo onde terão sido enterrados, até ontem, mais de 700 pessoas mortas em retaliação da polícia contra fiéis da seita Igreja Civina a Luz do Mundo.
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O principal partido da oposição pediu hoje à Assembleia Nacional a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito para aferir da dimensão dos incidentes que na passada semana envolveram a Polícia Nacional e fiéis da seita também conhecida por Kalupeteca.
O chefe da bancada parlamentar da Unita Raul Danda disse que buldózeres estão a ser usados para enterrar as vitimas em valas comuns.
Danda acrescentou, no entanto, que o seu partido não vai esperar por uma eventual missão parlamentar, devendo enviar de imediato para o Huambo uma equipa de deputados para confrontar no terreno o número de civis mortos revelado pela primeira vez esta segunda-feira pela polícia angolana com base em relatos de testemunhas.
O comandante adjunto da Polícia Naciona, Paulo da Almeida revelou que na sequência dos incidentes 13 civis tinham sido mortos a par dos nove policiais que perderam a vida. Oito foram a enterrar ontem.
Informações da província do Bié deram conta hoje que 11 cidadãos ligados à seita Kalupeteka foram condenados a dois anos de prisão por crime de resistência às autoridades.
Entretanto, em conversa não gravada com a VOA, o comandante geral da Polícia Nacional Comissário Chefe Ambrósio Lemos reconhecer ter havido troca de tiros entre os agentes da polícia e seguidores da seita, mas disse não poder precisar o número de mortos da outra parte.
No entanto, acredita que não chega a duas dezenas
Ambrósio de Lemos afirmou desconhecer se as vítimas civis já foram enterradas por não ter recebido nenhum relatório da comissão que se encontra a trabalhar no terreno.
Questionado sobre a afirmação de Raúl Danda que indicou haver cerca 700 mortos, Lema afirmou que a Unita deve provar as suas afirmações.