Em Cabo Vede, o ano 2017 fica marcado pela ausência de chuvas, o que resultou numa situação de seca, que as autoridades dizem que é a pior dos últimos 10 anos.
Face ao cenário de mau ano agrícola, o governo aprovou um plano de emergência, que incide na ajuda aos agricultores, salvamento de gado e criação de emprego.
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O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, liderou a procura de apoio financeiro junto dos parceiros internacionais, acção que resultou na angariação de 10 mihões de euros.
Paludismo
Ao longo de 2017, a capital, Praia, registou o maior surto de paludismo, com mais de 430 casos.
Mesmo com a situação atípica, as autoridades dizem que o país está em condições de cumprir a meta de eliminação do paludismo em 2020.
No capítulo da educação, o ano foi manchado pela polémica dos manuais impressos com erros, sobretudo os do quarto ano. A situação originou uma onda de contestações exigindo a retirada dos mesmos.
Na sequência, o PAICV apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral da República para investigar possíveis ilegalidades registadas no processo.
TACV
O ano fica marcado também pela saída dos TACV do mercado interno dos transportes aéreos em Agosto, passando as ligações inter ilhas a serem feitas apenas pela companhia privada Binter Cabo Verde.
O governo assinou um acordo com a Icelander para ajudar a preparar a privatização da TACV Internacional, cuja base ficará sedeada na ilha do Sal a partir de Janeiro de 2018.
A decisão da TACV deixar de voar da Praia não caiu bem no seio de alguns operadores, que entendem que o maior mercado do país não pode ficar fora de jogo dos voos internacionais da transportadora aérea nacional.
Millennium Challenge Account
Em 2017, terminou com sucesso o projecto do segundo compacto do Millennium Challenge Account (MCA) Cabo Verde, programa financiado pelos Estados Unidos da América em 66 milhões de dólares.
O projecto visava estimular a redução da pobreza através da reforma em sectores prioritários como água, saneamento e gestão de propriedade.
O vice-presidente da iniciativa, Robert Blau, elogiou arquipélago por ter cumprido com sucesso e tempo útil o MCA.
Justiça
Ainda marca o ano prestes a terminar o desaparecimento de uma menina de 10 de anos em Eugénio Lima, e uma jovem com o seu bebe que residiam em Achada Grande.
Esta situação fez correr algumas informações especulativas alegando a existência de chineses que raptam crianças.
Na Justiça continuaram as queixas sobre o funcionamento do sector, tendo a morosidade processual o ponto que continua a chamar atenção.
Realce para as acusações do advogado Amadeu Oliveira, que apontou a falsificação de provas nos tribunais para prejudicar inocentes, sem esquecer a falta de fiscalização das actividades dos juízes.
Integração regional
Na política regional, Cabo Verde não conseguiu a eleição para a presidência da Comissão da Comunidade dos Estados da África Ocidental, ganha pela Costa do Marfim.
Consta que esta seria a vez do arquipélago assumir a liderança, mas as quotas em atraso no valor de 25 milhões de euros terão ter influenciado a decisão, que deixou os governantes cabo-verdianos inconformados.
Eventos internacionais
Mais de duas mil personalidades nacionais e estrangeiras participaram, na cidade da Praia, no IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Económico.
O evento foi tido como uma grande oportunidade para as câmaras municipais trocarem experiencia e lançar bases para possíveis laços de parceria com estruturas congéneres de vários países.
A cidade da Praia acolheu o festival de literatura “Morabeza”, que reuniu credenciados escritores da lusofonia. E
Especialistas comentaram que o festival serviu como rampa de lançamento para a internacionalização da literatura do arquipélago, que ao longode 2017 teve produção assinalável.
A par do Fórum Mundial, Morabeza colocou Cabo Verde como referência na organização de eventos internacionais de relevo.