O chefe da diplomacia Cabo Verdiana escusou-se, esta semana, a comentar a alegada presença de um navio americano para vigiar as águas ao largo do arquipélago e evitar o resgate iraniano de Alex Saab, enquanto políticos da oposição criticam a comunicação sobre o caso e pedem celeridade.
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"Estas questões quando existem são tratadas em fórum próprio, com todas cautelas e responsabilidade, mas não há motivos de preocupação quanto a esta e outras matérias", diz Luís Filipe Tavares.
A reacção de Tavares surge após o jornal New York Times ter noticiado, semana passada, que os Estados Unidos enviaram um navio de guerra equipado com mísseis e sofisticado sistema de radar para patrulhar as águas ao largo de Cabo Verde e impedir uma possível operação de resgate do cidadão colombiano Alex Saab.
Veja Também EUA recearam operação iraniana para resgatar Alex Saab preso em Cabo VerdeO colombiano, detido, no mês de junho, em Cabo Verde, é tido como arquitecto de uma rede económica que tem ajudado a manter no poder o regime de Nicolas Maduro, na Venezuela.
Na altura, Saab viajava da Venezuela para o Irão.
Os dois países têm fortalecido as suas relações face a crescentes sanções americanas e Saab é tido como o organizador dessa rede de violação das sanções internacionais
A extradição de Saab para julgamento nos Estados Unidos aguarda uma decisão das autoridades judiciais de Cabo Verde.
Em relação a isso, o chefe da diplomacia de Cabo Verde disse que o seu país é democrático e respeita as Instituições, pelo que vai acompanhar o caso com serenidade e aguardar a decisão final do tribunal.
Evitar especulaçōes
No entanto, a oposição critica a forma como o assunto é tratado. Para o vice-presidente do PAICV, o Executivo deve partilhar com os cabo-verdianos as informações sobre a "defesa e segurança interna".
Rui Semedo disse que se de facto aconteceram os casos noticiados pela imprensa internacional e retomada pela média nacional, "estaremos de certa forma a vulnerabilizar a nossa segurança".
E António Monteiro, presidente da UCID, terceira força política com assento parlamentar, disse que o Governo deve transmitir as informações necessárias sobre a segurança, a fim de tranquilizar os cidadãos e evitar "opiniões especulativas" .
"Nós somos um país com muitas fragilidades, ter o cidadãoAlex Saab por muito tempo, pode acarretar perigo tendo em conta a complexidade do caso, e aquilo que o New York Times noticiou,” disse Monteiro.
Monteiro espera que os “tribunais funcionem na resolução deste assunto, o mais rapidamente possível".
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