Um novo ataque de insurgentes provocou a morte de cinco civis, na segunda-feira, 28, nas aldeias Olumbe e Monjane, o último a menos de 10 quilómetros das obras dos megaprojetos de gás do distrito de Palma, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, disseram à VOA várias fontes locais.
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Os insurgentes invadiram a tiros em simultâneo no início da manhã as aldeias Olumbe – onde morreram cinco pessoas – e Monjane, onde enfrentaram uma forte resistência das Forças de Defesa e Segurança, que conseguiram repelir a investida, disse à VOA um morador.
“Eles (insurgentes) apareceram de manhã, cerca das 05:00 em Olumbe e Monjane onde levaram muitas pessoas”, supostamente para reforçar as suas fileiras, disse à VOA outro morador, adiantando que o assalto dos rebeldes provocou uma nova vaga de deslocados.
Veja Também Bispo de Pemba diz que Cabo Delgado já não comporta mais deslocados da insurgênciaAs aldeias atacadas ficam na área do DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra”, onde operam os megaprojectos milionários de gás e com forte presença militar, no âmbito do contrato rubricado entre a Total e o ministério do interior.
“Muitas pessoas fugiram para Palma. Agora há dificuldades de se circular para Afungi, porque as forças (de defesa e segurança) estão a limitar a circulação da população”, disse um outro morador.
Este é o segundo ataque próximo aos megaprojetos de gás neste mês. O primeiro foi no dia 07 de dezembro, na aldeia de Mute, a menos de 25 quilómetros da área onde está a ser construída a zona industrial de processamento de gás natural da Área 1 da bacia do Rovuma.
Veja Também Crianças deslocadas da insurgência em Cabo Delgado vulneráveis a doenças, alerta o UnicefNa semana passada, segundo relatos dos moradores, numa zona não distante, os insurgentes mataram 12 pessoas e destruíram cinco viaturas em Litingina, distrito de Nangade.
“As pessoas saem de várias zonas para Litingina comprar alimentos” disse uma fonte local, adiantando que o ataque dos insurgentes àquela aldeia visava o roubo de alimentos.
Reporta-se que durante a retirada de Litingina os insurgentes sofreram duas emboscadas das Forças de Defesa e Segurança, resultando em várias baixas dos dois lados.
Os ataques de insurgentes iniciaram em 2017. Mais de duas mil pessoas foram mortes, e mais de 500 mil fugiram para zonas consideradas seguras.