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Bispo de Pemba diz que Cabo Delgado já não comporta mais deslocados da insurgência


Deslocados em Cabo Delgado
Deslocados em Cabo Delgado

O Bispo de Pemba, Dom Luiz Lisboa, disse no Vaticano, Itália, que Cabo Delgado já não pode comportar mais o número de deslocados da insurgência nos distritos a norte da província.

A insurgência de um grupo ligado ao Estado Islâmico causou, desde 2017, pelo menos, duas mil mortes e mais de 500 mil deslocados, segundo dados do Governo e de várias organizações.

Só na cidade de Pemba são 150 mil deslocados e nas outras cidades vizinhas também são aos milhares, disse Dom Lisboa, após uma audiência, na sexta-feira, com o Papa Francisco, na qual falou sobre a situação provocada pela insurgência.

Bispo de Pemba Dom Luiz Fernando Lisboa (esq) cumprimenta o Papa Francisco no Vaticano
Bispo de Pemba Dom Luiz Fernando Lisboa (esq) cumprimenta o Papa Francisco no Vaticano

A Rádio Vaticano reporta que, na audiência, Lisboa destacou o apoio que católicos moçambicanos e de outras países têm dado aos deslocados, sendo disso exemplo a Campanha “Juntos por Cabo Delgado”, lançada pela Diocese de Pemba.

Exemplo de solidariedade

Dom Lisboa disse que o Papa Francisco está com o povo de Cabo Delgado, e, ”nas duas últimas semanas, fez um gesto bonito da sua caridade pastoral, doando 100 mil euros em favor dos deslocados da província de Cabo Delgado. E agora me recebeu aqui, no Vaticano, ele tem, portanto, mostrado uma proximidade e um amor muito grande pelo seu povo”.

O religioso, que foi uma das primeiras vozes a alertar o mundo sobre a situação de Cabo Delgado, elogiou as comunidades de Cabo Delgado, que dividem o que têm com os deslocados.

Nampula/ Moçambique: Deslocados vão ter Natal difícil
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“São famílias pobres que tem pouco para si, mas que acolhem mais uma duas ou até três famílias de deslocados (…) o povo de Cabo Delgado tem dado ao mundo um exemplo de solidariedade”, disse Dom Lisboa.

Quanto ao Natal, celebrado em Moçambique como Dia da Família, Lisboa disse que “não será possível celebrar e não pensar nos meninos e meninas que estão nos acampamentos, nos bebés que não têm o suficiente para viver com dignidade".

"Deve ser um Natal de cuidarmos uns dos outros, porque todos somos responsáveis uns pelos outros", concluiu.

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