O apelo é do administrador apostólico da diocese do Namibe, Dom Zacarias Kamuenho, arcebispo resignatário do Lubango, durante a celebração da Páscoa.
No final da missa, na Sé Catedral do Namibe, em entrevista conduzida pelo jornalista Armando Chicoca, o arcebispo resignatário do Lubango, nas suas novas funções, mostrou-se preocupado com as cicatrizes de perturbação nas famílias, fruto das sequelas do passado marxista-leninista e do longo período de guerra que dilacerou o país.
"No quadro do triénio da família em curso, estamos a estudar, a reflectir, junto dos catequistas as formas mais expeditas, de como podemos recuperar os valores da família, nesta Angola que ficou um tanto ou quanto perturbada, não só pela ideologia marxista-leninista que vigorou durante algum tempo, como também pela própria guerra que é um grande desestabilizador das famílias", defendeu o prelado.
Acrescentando, disse ainda que a Igreja e os jornalistas, devem ajudar os angolanos a reencontrar os verdadeiros valores da família.
«Isso é que fará com que, Angola seja verdadeiramente um país independente, um país com nome, um país que se orgulhe no conceito das nações». O número exíguo de obreiros espirituais na diocese do Namibe, inviabiliza os projectos de evangelização da diocese vacante.
Dom Zacarias Kamuenho, dando sequência ao projecto iniciado pelo primeiro bispo do Namibe, Dom Mateus Tomás, falecido em consequência de um acidente de viação em Novembro do ano transacto, enquanto administrador apostólico local, mostra-se igualmente preocupado com a falta de sacerdotes e religiosas para o trabalho missionário nas comunidades rurais, suprir as dificuldades é a luta que se impõe.
"Para suprirmos este défice, estive muito recentemente em Roma, falei com alguns institutos missionários para virem ao Namibe ajudar-nos. Enconrei receptividade, na medida em que o próprio Dom Mateus Tomás, antes do falecimento, já tinha avançado com o projecto, já tinha falado com alguns institutos para o efeito, apenas, fizemos o reforço sobre o assunto. Uma outra questão prende-se com a necessidade de os nossos seminários produzirem",asseverou.
« Os nossos seminaristas precisam de perceber que como religiosos, jogam um papel tão relevante na vida das comunidades, tal com outros servidores da população nos diversos sectores" revelou.