O Presidente dos EUA, Joe Biden, assinalará o terceiro aniversário dos ataques de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio com um discurso político perto do local histórico da Guerra Revolucionária em Valley Forge, na Pensilvânia, onde vai defender a tese de que Donald Trump representa uma ameaça existencial à democracia.
A parada perto do acampamento de guerra, onde George Washington estabeleceu a sua sede durante a Guerra Revolucionária, será seguida por uma ação de campanha na segunda-feira, 8, à Igreja Madre Emanuel em Charleston, Carolina do Sul, onde um supremacista branco em 2015 matou nove pessoas na histórica igreja de maioria negra.
Joe Biden vai concentrar-se no que a campanha descreveu como ameaças crescentes de violência política.
A campanha para a reeleição do Presidente diz que as duas visitas representarão os ataques públicos mais diretos de Biden neste ciclo eleitoral ao seu principal rival republicano, Trump, e ao partido que ele controla, e apontam uma mudança de tom depois de passar grande parte de 2023 a elogiar as suas políticas, nomeadamente a económica.
“A escolha dos eleitores no próximo ano não será simplesmente entre filosofias de Governo concorrentes. A escolha do povo americano em novembro de 2024 será sobre proteger a nossa democracia e as liberdades fundamentais de todos os americanos”, afirma a diretora de campanha de Biden, Julie Chávez Rodríguez.
Milhares de apoiantes de Donald Trump atacaram o Capitólio a 6 de janeiro de 2021, numa tentativa de impedir a vitória de Biden, causando danos de milhões de dólares.
Quatro pessoas morreram no dia do ataque e um policia do Capitólio que lutou contra os manifestantes morreu no dia seguinte.
Desde então, quatro policias tiraram a própria vida e outras 140 pessoas ficaram feridas.
O antigo Presidente enfrenta acusações na justiça federal pelas suas tentativas de anular as eleições de 2020 e já foi afastado das urnas nos Estados de Colorado e no Maine devido ao seu papel no fomento do ataque ao Capitólio.
Os advogados de Trump refutara m as acusações de que ele se tenha envolvido numa insurreição e argumentaram que os seus comentários aos apoiantes no dia do motim de 2021 estão protegidos pelo seu direito à liberdade de expressão.
Os conselheiros da campanha de Trump, Chris LaCivita e Susie Wiles, divulgaram na terça-feira, 2, um memorando em que descrevem a sua visão sobre a corrida presidencial e responsabilizam Biden pelas acusações legais contra o antigo Presidente.
As sondagens de opinião a nível nacional, que nem sempre refletem a realidade na hora de votar porque a contagem é por Estados e não a nível do país, dão a Donald Trump uma vantagem marginal de dois pontos num confronto direto, de 38% a 36.
Entretanto, 26% dos entrevistados durante a recente pesquisa da Reuters/Ipsos dizem não saber em quem votar.