A Polícia Nacional de Angola (PNA) abortou nesta quinta-feira, 04, uma vigília de ex-moradores do bairro das Salinas, em Benguela, e forçou o regresso dos manifestantes ao local para onde foram desalojados a 24 de Junho, o antigo edifício abandonado do Magistério do departamento de educação.
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Dezenas de cidadãos pretendiam aproveitar a data para um "exercício pacífico", por respeito às vítimas da luta de libertação nacional, mas as forças de segurança travaram a a vigília no local.
Empurrados para longe dos escombros, os antigos moradores das Salinas tiveram de cantar ao longo do trajecto, numa caminhada seguida por vários agentes da Polícia, alguns bastante implacáveis para com a nossa reportagem.
Ameaças de detenção e apreensão do equipamento de trabalho não impediram o contacto, primeiro, com André Valeriano, que critica o silêncio das autoridades.
"Nós estamos aqui, pacificamente, para pedir, para orar, para que Deus nos conceda de novo o espaço", disse.
"Mas a Polícia está a nos escorraçar, por isso estamos a voltar ao magistério onde sofremos, é isso que eles querem", acrescentou o antigo morador das Salinas.
A Administração Municipal de Benguela começou já a vender os terrenos, com preços médios de 500 mil kwanzas por lote.
Depois, a VOA foi ao encontro da cidadã Ana Maria, que disse que a situação no local para onde foram alojados “está muito mal, aparecem cães danados, temos uma criança e uma senhora mordidas’’.
Há quatro meses, o governador provincial de Benguela, Rui Falcão, garantia que as entidades competentes estavam a tratar do assunto, mas a Administração Municipal mantém o silêncio, mesmo tendo chegado ao fim o prazo estabelecido para a saída do magistério Lúcio Lara.