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Protestos regressam às Salinas após suspensão do julgamento de desalojados


Polícia expulsa desalojados do bairro de Salinas, Benguela, Angola
Polícia expulsa desalojados do bairro de Salinas, Benguela, Angola

Polícia acusada de efectuar disparos

Os protestos regressaram ao bairro de Salinas, na província angolana de Benguela nesta sexta-feira, 16, depois da suspensão do julgamento de 14 antigos moradores, acusados de desacato e desobediência, por alegada falta de provas, tendo a Polícia Nacional (PN), segundo relatos colhidos no local, optado por disparos para dispersar a multidão.

Após os disparos, conforme testemunhos captados pela VOA, os agentes da PN dialogaram com os moradores, mas partiram para a expulsão dos terrenos.

Polícia expulsa desalojados do bairro de Salinas, Benguela, Angola
Polícia expulsa desalojados do bairro de Salinas, Benguela, Angola

“Vamos continuar aqui, vamos continuar a reclamar, até porque o Tribunal já não vai julgar os nossos irmãos. Então, tudo isto é porque temos razão”, sublinha Maria, uma de várias manifestantes.

Ela explica que os cidadãos detidos, já em casa, estão bem de saúde, após terem sido atacados por cães na altura das primeiras manifestações, no início desta semana.

“Estamos aqui porque queremos que a senhora administradora fale connosco, o problema não é com a Polícia”, refere a senhora.

A Polícia continua em silêncio, mas na quinta-feira, 15, num conselho consultivo, o comandante provincial de delegado do Interior afirmou que um agente deve, na sua acção, respeitar as liberdades e os direitos fundamentais do cidadão.

Também a activista Sara Paulo, acusada de desacato quando filmava a ocorrência, viu o Tribunal Provincial de Benguela suspender o seu julgamento pelas mesmas razões.

A Administração Municipal de Benguela continua sem reagir, ao passo que a defesa dos desalojados, por intermédio do advogado José Faria, avisa que é preciso aguardar por uma decisão judicial face à providência cautelar não especificada.

Por essa via, recorde-se, os constituintes pretendem travar o loteamento dos terrenos que deverão ser vendidos pela Administração Municipal.

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