Na antevisão da greve dos médicos em Angola, a partir de 6 de Dezembro, um sindicalista médico em Benguelacriticou investimentos em grandes hospitais, em muitos casos com condições aceitáveis, quando centros e postos de saúde não têm medicamentos e serviços de urgência.
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O líder do Sindicato dos Médicos nesta cidade, Edgar Bucassa, alertou para um cenário deplorável na base dos serviços médicos, os centros e postos de saúde, e diz não perceber o investimento em grandes unidades.
Veja Também Médicos angolanos anunciam greve geral para Dezembro“Estamos preocupados em criar hospitais de grande porte, como o ‘Pedalê’ e o centro dos rins, aqui mesmo, mas o povo sofre por não encontrar na base uma dipirona ou paracetamol para baixar a febre, tudo tem de ser comprado”, aponta o sindicalista, lamentando ainda a “falta de um hemograma ou exame para saber a quantidade de plasmódio”.
“Acabamos por sofrer porque não fazemos diagnósticos correctamente. Muitos pacientes nem sequer têm uma maca, dói falar disso, porque o familiar tem de usar o seu próprio carro”, sublinhou.
“O que é que está a acontecer? O que é que se passa? E por esse motivo achamos que devemos fazer uma greve”, conclui.
E foi precisamente num grande hospital, o centro de hemodiálise, há um mês, que a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, foi questionada sobre a falta de medicamentos nas unidades de base, uma das causas da paralisação.
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“Temos estado a melhorar na logística de medicamentos e também na assistência laboratorial. Claro que não vamos conseguir resolver todos os problemas num só dia, isto é um processo”, sublinha a governante.
Aumentos salariais, melhoria das condições de trabalho e re-enquadramento do médico Adriano Manuel, afastado da pediatria após ter criticado a situação laboral, são as exigências de uma classe há dois meses à espera de resposta do Ministério da Saúde ao caderno reivindicativo.
Durante a greve, estarão suspensas as actividades de enfermaria e consultas externas, mas os serviços mínimos nos bancos de urgência e cuidados intensivos estarão assegurados.
Ainda assim, Governo e Sindicato dos Médicos avançam para negociações.