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Médicos angolanos anunciam greve geral para Dezembro


Adriano Manuel, presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, Angola
Adriano Manuel, presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, Angola

Decisão foi tomada por quase dois mil médicos, mas negociações com o Governo arrancam amanhã

O Sindicato Nacional dos Médicos (Sinmea) convocou uma greve geral em todas as unidades sanitárias de 6 a 10 de Dezembro para exigir aumentos salariais, melhoria das condições laborais e o re-enquadramento do médico Adriano Manuel, suspenso há 18 meses pelo Ministério da Saúde.

Em conferência de imprensa nesta terça-feira, 23, o secretário-geral do Sinmea, Pedro da Rosa, disse que a decisão foi tomada no sábado, numa assembleia geral em que participaram cerca de 400 médicos de forma presencial e 1.500 por videoconferência.

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Entre as exigências dos médicos estão "melhores condições de trabalho, falta de material gastável, de medicamentos nas unidades hospitalares e o aumento da taxa de mortalidade de menores", mas, segundo Rosa, há também uma "gritante falta de medicamentos essenciais para o combate às doenças endémicas como a malária, doenças diarreicas, doenças respiratórias, com destaque para a tuberculose".

"Se não houver uma rápida intervenção de quem nos dirige, será um caos. No pós-pandemia, o ocidente poderá abrir-se a migração. Não são poucos os médicos que desejam emigrar. Fica o alerta", afirmou o secretário-geral do Sinmea, quem destacou haver muitos “médicos formados com o dinheiro do Estado no desemprego ou a prestar trabalhos como voluntários".

Um ponto importante da greve tem a ver com a suspensão do médico e presidente do sindicato, Adriano Manuel, há 18 meses.

Também presente na conferência de imprensa, Manuel anunciou que o Governo mostrou-se disponível para “começar as negociações” já amanhã, 24.

Durante a greve, estarão suspensas as actividades de enfermaria e consultas externas, mas os serviços mínimos nos bancos de urgência e cuidados intensivos estarão assegurados.

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