Mais de três mil cidadãos forçados a abandonar as suas áreas de origem devido à intolerância política no interior da província de Benguela podem não exercer o direito de voto, alertou a OMUNGA, organização envolvida na educação cívica eleitoral.
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A polícia nega no entanto que existam ainda “deslocados da intolerância política”, como ficaram conhecidos.
Os confrontos que motivaram a fuga de mais de três mil cidadãos, no Bocoio, a 112 quilómetros da cidade de Benguela, levam algumas das vítimas a alertar para os perigos de um fenómeno sempre à espreita.
O activista José Patrocínio, coordenador da OMUNGA, organização com estatuto de observador africano dos direitos dos povos, teme que aqueles cidadãos não exerçam o direito de voto a 23 de Agosto.
‘’A comissão de pacificação diz que são mais de três mil cidadãos. Claro que é sempre motivo de preocupação, mais a mais pelo momento. Estas pessoas, longe das casas e em situação preocupante, podem não votar, é muito mau’’, disse Patrocínio.
Sem entrevista gravada, o porta-voz do Comando da Polícia nega que existam famílias deslocadas neste momento.
Pinto Caimbambo, membro da comissão de pacificação criada para sanar problemas, diz que existirão apenas quase mil e duzentas pessoas que estiveram dois dias longe das suas áreas de origem.
A administradora do Bocoio, Deolinda Valiangula, igualmente primeira secretária do MPLA, partido visado nas críticas, é citada como tendo minimizado as ocorrências.
A VOA não conseguiu obter uma reacção da dirigente.
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