As autoridades financeiras das Maurícias suspenderam no domingo, 8, as licenças de operação de sete fundos de investimentos ligados ao Fundo Soberano de Angola e ao seu antigo Presidente, José Filomeno dos Santos.
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Os fundos eram operados pela Quantum Global Investments Africa Management Limited, cujo director é Jean Claude Bastos de Morais, que tem dupla nacionalidade - suíça e angolana - e é apontado como sócio do filho do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.
No sábado o Tribunal Supremo das Maurícias tinha ordenado o congelamento imediato das contas desses fundos, num total de cinco mil milhões de rupias mauricianas, o equivalente a pouco mais de 148 milhões de dólares.
O dinheiro estava depositado em 25 contas em três bancos, nomeadamente o Mauritius Commercial Bank limited, o SBM Bank Limited das Mauricias (com duas contas) e no AfrAsia Bank (com 22 contas).
O congelamento das contas foi ordenado por um juiz a pedido da Financial Intelligence Unit (FIU) e, segundo fontes nas Maurícias, “uma melhor avaliação dos montantes envolvidos” será feita esta semana.
Investigação acompanhada pelo Governo de Luanda
A imprensa maurícia diz que o pedido da FIU ao tribunal foi feito depois da visita de uma entidade oficial angolana que se avistou com funcionários do gabinete do primeiro-ministro das Maurícias.
O representante do Governo angolano, cuja identidade não foi revelada, teria na sua posse documentos “comprometedores” sobre as actividades de Jean- Claude Bastos de Morais.
As mesmas fontes afirmam que o empresário é “suspeito” de branqueamento de capitais.
Os fundos na posse das duas companhias de investimento da Quantum Global iriam ser usados num projecto hoteleiro em Luanda financiado pelo Fundo Soberano.
Resposta da empresa
A Quantum Global emitiu um comunicado afirmando estar a trabalhar “em estreita colaboração com as autoridades competentes” e acrescentou estar confiante na sua capacidade de se defender contra “os ataques injustificados à nossa reputação”.
A decisão das autoridades das Maurícias indica claramente que se aprofundam as investigações às operações do Fundo Soberano de Angola.
Recentemente foi revelado que um banco sediado em Londres tinha congelado 500 milhões de dólares transferidos de Luanda, que já foram devolvidos a Angola.
A Quantum Gobal, no seu comunicado, diz que “nem a companhia, como gestor de activos pelo Fundo Soberano de Angola, nem o seu fundador fizeram parte da transacção de 500 milhões de dólares que é objecto de uma investigação por parte das autoridades angolanas”.
Anteriormente, as autoridades das Maurícias tinham cancelado a licença de operação como banco de investimento da companhia Álvaro Sobrinho África Ltd., propriedade do milionário angolano do mesmo nome.
Sobrinho continua, no entanto, a operar nas Maurícias em várias outras empresas ligadas a investimentos.