Os militares egipcios apresentaram as suas desculpas pelas mortes de pelo menos 35 manifestantes numa série de confrontos com a polícia desde o inicio da semana.
Afirmaram contudo que não se afastariam imediatamente do poder.
O pedido de desculpas foi apresentado durante as frágeis tréguas na praça principal do Cairo, o centro dos confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes exigindo a demissão imediata da liderança militar do país.
Os militares egipcios afirmaram contudo que o abandono do poder neste momento constituiria uma traição ao povo egipcio.
Na sua declaração a junta militar prometeu entretanto levar à justiça os responsáveis pelas mortes.
Os últimos confrontos verificaram-se esta manhã em Ismailia uma cidade junto ao canal de Suez. Alguns manifestantes atacaram forças do exército com cocktails molotov quando as suas colunas de carros blindados por lá passavam.
Também na cidade costeira de Alexandria se registaram incidentes com mais barricadas e ataques contra a polícia.
No Cairo, forças do exército usaram barras de metal e arame farpado para separar os manifestantes e a polícia numa das avenidas da capital onde se registaram os confrontos mais intensos.
Ontem o marechal Tantawi, o chefe do estado-maior egipcio, prometeu acelerar a transição para uma liderança civil com a realização de eleições presidenciais antes de Julho do próximo ano.
Aceitou igualmente a demissão do primeiro-ministro Essam Sharaf, mas salientou que ele se manteria em funções até à constituição de um novo governo.
Contudo as dezenas de milhar de manifestantes reunidos no Cairo repudiaram essas propostas e continuam a exigir que os militares cedam imediatamente o poder.
Eleições legislativas estão entretanto programadas para a próxima segunda-feira e Tantawi afirmou que as mesmas seriam realizadas.
No entanto muitos líderes da oposição duvidam de que o escrutinio possa realizar-se nestas circunstâncias.
Entretanto a alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos apelou às autoridades egipcias para que ponham termo aquilo que considerou como o “claro uso de força excessiva contra os manifestantes”.
Considerou ainda extremamente chocantes as imagens das agressões brutais contra os manifestantes.
Os militares egipcios apresentaram as suas desculpas pelas mortes de pelo menos 35 manifestantes.