A Secretária de Estado norte-americana disse que o presidente sírio Bashar al-Assad tem violado “sistematicamente” todos os termos do plano de paz proposto pela Liga Árabe.
Hillary Clinton adiantou que os Estados Unidos apoiam sem reservas a reforma democrática no Médio-Oriente, como reporta o correspondente permanente da VOA no Departamento do Estado, David Gollust.
Falando perante o Instituto Nacional Democrático em Washington, Hillary Clinton reconheceu que os Estados Unidos não têm sempre insistido o suficiente a favor de reformas e as vezes têm aceite em demasia as ideias de autocratas do Médio-Oriente que consideram que a única via para por fim ao extremismo está em apoia-los.
A Secretária do Estado que falava perante uma audiência que incluíam activistas vindos de toda a região do Médio-Oriente, disse que os Estados Unidos agora reconhecem que a “escolha certa está entre reformas políticas e levantamentos populares”.
“A verdade é que a única fonte de instabilidade do Médio Oriente não é exigir mudança; é sim, recusar em mudar. Isso está certamente claro na Síria onde a repressão contra um pequeno grupo de manifestantes conduziu milhares de pessoas à rua, e milhares de outras para fora do país. É verdade que no Iémen, onde o presidente Ali Abdullah Saleh tem falhado repetidamente em cumprir as suas promessas de transição para a democracia e recusado o direito do seu povo à liberdade. E é também verdade no Egipto.”
Hillary Clinton adiantou que se o poder no Egipto continuar nas mãos de um restrito grupo de militares não eleitos, o país perderá assim uma histórica oportunidade e com isso criar as bases para novos tumultos futuros.
Mas o ponto mais crítico do seu discurso, Clinton reservou-o ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, quem segundo ela tem pontapeado todas as propostas do plano de paz da Liga Árabe destinado a proteger civis sírios.
“Ele tem violado sistematicamente cada uma das exigências básicas. Ele não tem libertado todos os detidos. Não tem permitido o livre acesso a jornalistas ou observadores da Liga Árabe. Ele não tem retirado todas as forças armadas das áreas populacionais. E não tem certamente parado com todos os actos de violência. De facto, o regime tem aumentado a violência contra civis em locais como a cidade de Homs. Agora o presidente Assad deve estar a preparar para retardar a mudança. Mas ele não pode negar indefinidamente as exigências legítimas do seu povo.”
Hillary Clinton reiterou os apelos de Washington para a demissão do presidente sírio, e sublinhou que até lá, os Estados Unidos e comunidade internacional vão continuar a aumentar a pressão sobre Bashar al-Assad e o que chamou de “seu regime brutal.”