Angola: São precisos 17 mil milhões de dólares para sector energético

Segunda da direita à esquerda, ministra angolana da Energia e Águas, engenheira Emanuela Vieira Lopes

Ministra de energia e água diz que os projectos já estão em execução e outros vão entrar o mais tardar até 2016

A ministra angolana de Energia e Águas, Emanuela Vieira Lopes defendeu na barragem hidroeléctrica de Capanda, mais de 100 quilómetros a sudoeste da cidade de Malanje, a necessidade de enormes investimentos no sector energético do país até 2016.

Dezassete mil milhões de dólares norte-americanos é a quantia estimada para a execução dos projectos aprovados, em execução e em carteira.

“Para a materialização dos projectos estruturantes do sector de energia, só para terem noção, serão necessários USD 8 bilhões para a produção e cerca de USD 9 bilhões para o sistema de transporte e de linhas associadas ao sistema de transporte. Hoje até maior parte dos participantes são economistas, portanto, melhor do que eu, conseguem fazer as contas do que quer o nosso governo, o esforço titânico que o governo terá que fazer para ter disponível esse montante que é para nós podermos materializar todos esses projectos que eu acabei de descrever aqui, isso até 2016 para que Angola se torne um país auto-suficiente no que diz respeito a parte de produção de energia”.

Angola antes de ter alcançado a paz em 2002 possuía apenas um total de 300 MW e até ao momento regista-se um acréscimo de 1.200 MW, dos quais 700 MW disponíveis. A capacidade instalada em todo país de 1.400 MW.

O Aproveitamento Hidroeléctrico de Capanda, a maior obra de engenharia construída no período pós-independência gera 520 MW, garantindo o fornecimento de energia eléctrica às províncias de Malanje, Luanda, Kwanza-Sul, Kwanza-Norte, Bengo e Uíge.

Em fase de conclusão estão os aproveitamentos hidroeléctricos de Mabubas, Biópio e Lumaum.

“Ainda teremos o aproveitamento hidroeléctrico de Mabubas que está com previsão de entrada para o final desde ano, está concluída praticamente a sua reabilitação e terá uma capacidade de 25 MW para a rede. Está em curso, parcialmente, quase terminada a reabilitação do aproveitamento hidroeléctrico de Lumaum. Lumaum teve um acréscimo de 50 MW, mas nós temos ainda em curso, a execução a linha de transporte desse mesmo aproveitamento hidroeléctrico, que vai levar mais algum tempo para aquela região de Benguela/Lobito”.

A ministrada da Energia e Águas num workshop sobre “a visão do presidente José Eduardo dos Santos sobre “o desenvolvimento sustentável da economia de Angola com a construção de infra-estruturas hidroeléctricas”, organizado pelo comité de especialidade do MPLA de Luanda, em véspera do quinquagésimo quinto aniversário da fundação do partido governante no país.

A fraca intensidade de precipitações na província de Malanje está a causar défice na produção de energia eléctrica na barragem de Capanda, segundo o chefe de manutenção da barragem, Moisés Capenda.

“Estamos com uma produção em cargas pesadas com cerca de 320 MW durante o dia e cargas leves durante às noites com cerca de 220 MW, portanto é uma condição normal de exploração por essa época para garantir que a albufeira corresponda à potência desejada”.

Os cortes no fornecimento de energia eléctrica a cidade e bairros periféricos são constantes e não têm hora, apesar dos clientes cumprirem obrigações com a Empresa Nacional de Electricidade – Empresa Pública.