Cessar fogo do Iémen violado logo a seguir

  • Paulo Oliveira

Manifestantes feridos

Os maiores incidentes de violência registaram-se na Praça da Mudança, e há vários mortos a lamentar

O governo iemenita e as forças leais a um general dissidente decretaram um cessar-fogo, mas horas mais tarde, pelo menos seis pessoas morreram na capital e em Taiz, a segunda maior cidade do país.

Logo após o cessar-fogo ter entrado em vigor, foram ouvidas explosões e tiroteio.

Responsáveis das duas partes confirmaram o acordo de cessar-fogo entre o governo e Ali Moshen al-Ahmar, um general iemenita que se juntou à oposição.

Uma testemunha em Sana´s afirmou à Voz da América que a situação era de quase calma, mas que “ninguém esperava que o cessar-fogo durasse muito tempo.”

No inicio desta terça-feira, trabalhadores médicos informaram que, em Sanaa´a, duas pessoas tinham sido mortas e pelo menos 40 outras tinham sido feridas quando forças de segurança dispararam contra manifestantes que exigiam a saída do poder do presidente Ali Saleh.

Os manifestantes desfilaram em várias localidades antes que testemunhas terem indicado terem sido atacados por apoiantes do presidente e pelas forças de segurança do governo.

Os maiores incidentes de violência registaram-se na Praça Tahrir em Sana´a, denominada agora de “Praça da Mudança” por parte de manifestantes jovens que tem utilizado o local como ponto central das manifestações que tiveram inicio há mais de oito meses.

A pagina da internet do jornal Yemen Post escreve que “as forças governamentais bloquearam varias ruas e artérias” para impedirem os manifestantes de prosseguirem a marcha. O mesmo site sublinha que atiradores de tocaia dispararam contra a multidão.

Stephen Steinbeiser, que dirige o Instituto Americano para os Estudos Iemenitas, testemunhou a presença de apoiantes pro-governamentais que se dirigiam para confrontar os opositores.

Saleh afirmara há dois dias que estava pronto para cumprir com a iniciativa de paz dos Estados do Golfo e a recente resolução do Conselho de Segurança da ONU solicitando a sua demissão.

O Yemen Post, todavia, referiu que os políticos das duas partes permanecem cépticos, uma vez que o presidente tem feito promessas semelhantes.

Stephen Steinbeiser sublinha que apesar da deterioração da situação de segurança, o presidente Saleh continua a ser o indivíduo mais poderoso do Iémen.

Steinbeiser acredita que os iemenitas estão fartos do caos, e desejam que a situação volte à normalidade.