Vítimas de produtos tóxicos vão ter centro de atendimento em Malanje

Segundas jornadas da Faculdade de Medicina de Malanje

Medicamentos e produtos agrícolas e de limpeza entre as causas mais comuns de envenenamentos

Um Centro de Informações de Medicamentos e Toxicologia (CIMETOX) da Faculdade de Medicina de Malanje começa a funcionar na primeira quinzena de Novembro próximo, anunciou nesta cidade, o decano da instituição, doutor André Pedro Neto.

A unidade pública de referência na área de toxicologia clínica, ambiental, ocupacional e toxicodependência atenderá os pacientes em regime de plantão permanente, por telefone, e-mail, fax ou presencial quando se diagnosticar intoxicações ou envenenamentos.

O Centro de Informações de Medicamentos e Toxicologia estará aberto por ocasião da realização do simpósio sobre toxicologia, que vai abordar “Os Caminhos da Toxicologia e a Protecção da Vida” nos dias nove e de Novembro, no âmbito de mais um aniversário da independência da República de Angola.

“Queremos abordar entre os vários assuntos a exposição às substâncias químicas já que elas aparecem através dos medicamentos, através dos alimentos que consumimos, através do ar que respiramos, enfim, em toda sua dimensão da vida e da sua qualidade estamos expostos as substâncias químicas”.

Médicos, farmacêuticos, enfermeiros, veterinários, engenheiros agrícolas e quadros de sectores que em Angola diariamente manuseiam substâncias químicas, dois prelectores nacionais e a presidente da Sociedade Cubana de toxicologia, o director nacional do Centro de Toxicologia de Cuba e o director provincial do Centro de Toxicologia de Ciego de Ávila e especialistas de São Paulo, Brasil abordarão com profundidade e alguma celeridade a exposição às substâncias químicas.

O decano reafirmou que vários casos foram sub-notificados na quarta região académica, que corresponde às províncias de Malanje, Lunda-sul e Lunda-Norte e urge a necessidade da inclusão a partir do próximo ano lectivo da cadeira de toxicologia na Faculdade de Medicina da Universidade Lueji A’Nkonde.

“Não temos um inventário das substâncias químicas na região, mas sabemos que existe uma sub-notificação em relação a esses casos na medida em que a cadeira de toxicologia não figura entre as cadeiras fundamentais dentro da grelha curricular dos cursos de ciência da saúde. Daí a nossa percepção em enfatizar a área do saber na medida em que o mundo hoje aponta a forma transversal da toxicologia na vida da população”.

A formação especializada dos profissionais de saúde permitirá mudanças revolucionárias para reverter o quadro de intoxicação aguda, crónica e sub-crónica provocado pelo uso dos medicamentos, agro tóxico e os produtos de limpeza que constituem as primeiras causas de preocupação de saúde pública.