Preconceitos travam emprego dos africanos no Brasil

Preconceitos travam emprego dos africanos no Brasil

Grande parte dos refugiados africanos são de Angola e deparam-se com preconceitos raciais

Refugiados que vivem no Brasil continuam a enfrentar dificuldades em serem integrados no mercados de trabalho.

A maior parte dos refugiados no Brasil são provenienntes de Africa e grande parte deles vêm de Angola.

Contudo preconceitos continuam a ser o grande obstáculo para que os refugiados consigam trabalhar no Brasil e são o principal desafio a ser vencido pelo programa recém-lançado para facilitar a colocação profissional para quem vem tentar reconstruir a vida no território brasileiro.

Uma parceria entre o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, organizações não governamentais e empresas resultou em um projeto para facilitar a inserção de refugiados no mercado de trabalho brasileiro.

O Programa de Apoio para Recolocação dos Refugiados (Parr) conta com um banco de dados virtual para que estrangeiros nessa situação ofereçam seus currículos a empresas privadas, cadastradas para avaliar os candidatos e preencher suas vagas.

Segundo o alto comissário da ONU para Refugiados, Andrés Ramirez, o que é necessário agora é que as empresas vençam o preconceito contra refugiados, muitas vezes vistos, no Brasil, como foragidos ou fugitivos.

“No português a palavra refugiado, às vezes, dá a entender que é uma pessoa foragida, fugitiva que abandonou a cadeia. Então, achamos que esse projeto pode ajudar a combater essa ideia equivocada. Nós continuamos fazendo outras atividades para tentar convencer a população de que os refugiados são pessoas normais, vítimas de perseguição, mas pessoas de bem tentando reconstruir a vida. São vítimas de perseguição nos seus países de origem e que agente tem que ajudar,” explica.

Números da Organização das Nações Unidas mostram que 64% dos refugiados no Brasil são africanos.

Entre as cerca de quatro mil pessoas, de 77 nacionalidades, que se refugiam no território brasileiro atualmente, mais de 2,8 mil têm como origem a África, sobretudo Angola. O representante do Acnur não acha que esses milhares de refugiados deixarão de conseguir empregos por causa da falta de qualificação.

“O Brasil está crescendo demais e com o crescimento econômico está sendo muita fonte de emprego de todos os níveis. Nós temos aqui refugiados de todo tipo de qualificação e considerando que o país precisa para seu desenvolvimento de mão de obra de vários níveis acho que isso não seria tanto o problema,” aposta.

O Acnur lembra aos empregadores que o Brasil tem uma legislação muito avançada que permite, por exemplo, que o refugiado consiga os documentos legais para trabalhar. “Isso é também uma vantagem.

São pessoas que têm carteira de trabalho, CPF, com toda a documentação necessária. Então, nesse sentido o empregador não tem que batalhar para conseguir a regularização das pessoas,” lembra Andrés.